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Abandono deteriora um prédio histórico

Abandono deteriora um prédio histórico

Publicado em: 18 de julho de 2017 às 21:56
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 07:05

Inaugurado em 1915, antigo prédio da Etec foi

interditado e está sendo consumido pelo tempo

DETERIORAÇÃO — Na frente, lixeiras quebradas e muita sujeira

DETERIORAÇÃO — Na frente, lixeiras quebradas e muita sujeira



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Ele já foi o mais imponente prédio público de Santa Cruz do Rio Pardo na segunda década do século passado, quando foi inaugurado para abrigar o primeiro Grupo Escolar do município. Hoje, porém, é um retrato do abandono governamental. Sem atividades desde 2015, o imóvel da rua Benjamim Constant já tem sinais de deterioração e seus únicos ocupantes são gatos de rua. É uma situação triste para o único prédio de Santa Cruz do Rio Pardo tombado pelo patrimônio histórico estadual.

O “grupão” foi construído pelo lendário coronel Antônio Evangelista da Silva — o “Tonico Lista” — em 1913, mas a escola somente foi inaugurada dois anos depois devido à burocracia para a instalação de uma instituição estadual em Santa Cruz do Rio Pardo. Em 1915, Tonico continuava sendo o chefe político incontestável da cidade, mas o prefeito de plantão era Agnello Villas Bôas, pai do sertanista Orlando Villas Bôas. A inauguração ganhou destaque fotográfico na revista “A Cigarra”, que na época tinha uma das maiores tiragens do País.

Portas de acesso ao prédio estão podres e fechadas apenas por um ferro

Portas de acesso ao prédio estão podres e fechadas apenas por um ferro



O grupo escolar, que depois virou a escola estadual “Sinharinha Camarinha”, funcionou no prédio até o início da década de 1970, quando foi transferido para as atuais instalações, na praça São Sebastião. O prédio antigo, então, passou a ser ocupado pela Delegacia de Ensino de Santa Cruz do Rio Pardo. A repartição ganhou o nome do professor “Gentil Marques Válio”, ex-colaborador do DEBATE.

Nos anos 1990, o governo do PSDB extinguiu a Delegacia de Ensino de Santa Cruz e o prédio foi cedido pelo Estado para abrigar uma escola infantil municipal, biblioteca e cursos profissionalizantes.

Anos depois, ele se transformou na sede da Etec “Orlando Quagliato”. No entanto, os problemas estruturais do antigo imóvel não tiveram a devida manutenção do Estado e as aulas passaram a ser realizadas sob riscos constantes. Chovia em algumas salas e pedaços do forro interno chegaram a cair, ameaçando os estudantes. No final de 2015, não havia mais condições para a Etec continuar no prédio.

A escola estadual teve de se acomodar em salas improvisadas em outras escolas estaduais, já que a prefeitura cede seus dois melhores prédios educacionais para a Oapec. A entidade particular, por sua vez, possui um prédio próprio que está abandonado.

Foto: Sérgio Fleury

Deterioração

No interior, prédio serve de moradia para gatos

No interior, prédio serve de moradia para gatos



Desde então, o outrora imponente prédio do antigo “grupão” encontra-se abandonado. O problema é a falta de verbas para recuperá-lo, pois o imóvel é tombado pelo patrimônio estadual e, portanto, não pode sofrer qualquer mudança em suas características originais. Isto significa que ele não pode ser reformado, mas apenas restaurado.

No ano passado, o prefeito Otacílio Assis (PSB) antecipou que não iria aceitar qualquer oferta do governo estadual para a transferência do imóvel ao município. Segundo ele, a restauração do velho prédio não custaria menos do que R$ 20 milhões.

A reportagem esteve no prédio na última sexta-feira, 14, e verificou que os sinais de abandono são visíveis. Na frente, há muita sujeira e pelo menos três lixeiras estão quebradas, derrubadas ao chão.

Os portões estão fechados com cadeados, mas as portas do prédio — com a madeira exibindo apodrecimento — estão trancadas apenas com um ferro. Basta empurrá-lo para que, através de uma enorme fresta, o corredor possa ser visualizado. Ao menos aparentemente, os corredores não estão sujos, mas há sinais de abandono.

As ferragens de todas as janelas estão enferrujadas e há rachaduras por toda parte. Alguns vidros estão quebrados e por eles é possível ver a situação das antigas classes escolares. As lousas ainda estão preenchidas.

Pelas janelas dos porões — onde também funcionaram salas nos tempos do grupo escolar “Sinharinha Camarinha”, o entra e sai de gatos é constante. Perto dos portões, há, inclusive, pratos de rações para gatos, certamente deixados por alguma pessoa. A presença dos animais, entretanto, pode significar que não há ratos no velho prédio.

Inauguração do prédio em 1915, em foto da antiga revista “A Cigarra”

Inauguração do prédio em 1915, em foto da antiga revista “A Cigarra”

SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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