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Fossa alternativa usa até bananeira

Fossa alternativa usa até bananeira

Publicado em: 21 de dezembro de 2017 às 19:43
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 15:19

É isto mesmo: planta é usada no

sistema comum em áreas sem esgoto

NOVIDADE — Glauber Gregório aperfeiçoou o sistema com bananeira e o implantou em sua aindústria e chácara

NOVIDADE — Glauber Gregório aperfeiçoou o sistema com bananeira e o implantou em sua aindústria e chácara



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Embora ainda seja considerada um sistema rudimentar de coleta de esgoto, a fossa ainda é a única alternativa para locais onde não existe a rede convencional de tratamento, principalmente zona rural. Entretanto, mesmo sendo primário, o sistema vem avançando em tecnologia ao longo dos anos. A mais moderna utiliza bananeira e já existem unidades em Santa Cruz do Rio Pardo.

O consultor ambiental Glauber Gregório, 35, que possui formação na área de Engenharia, aperfeiçoou uma técnica de biofossa que já atraiu a atenção de várias indústrias da cidade. É que muitas estão localizadas no Distrito Industrial “Michiyoshi Suzuki”, onde ainda não há coleta normal de esgoto. Em junho, quando o município renovou a concessão dos serviços da Sabesp por mais 30 anos, além do “bônus” de R$ 5,2 milhões, a prefeitura finalmente transferiu os serviços de água do distrito para a concessionária do governo do Estado. Entretanto, a implantação da rede de esgoto no local ainda será estudada.

Fossa em construção em S. Cruz

Fossa em construção em S. Cruz



Segundo Glauber, a bananeira é plantada sobre uma biofossa septica totalmente lacrada, construída com tijolos e forrada com pó de serra internamente para absorver a umidade. “A bananeira é uma planta que necessita de muita água. Assim, ela evita qualquer tipo de vazamento ou infiltração”, explicou o consultor ambiental. Além disso, ele ressaltou que a bananeira é fácil de “pegar” e existe em abundância na região.

A estrutura da fossa é construída em forma de pirâmide, fácil de ser implantada e não necessita de um espaço considerável. “Na verdade, não existe manutenção neste sistema. Quanto mais velha a fossa fica, melhor será o ambiente dela”, afirmou.

Segundo Glauber, também não há risco de transbordamento do material. “O esgoto é 99% água e este lodo, fruto das bactérias que vão se degradar, acaba servindo como fertilizante para este sistema”, explicou. Ele alertou, contudo, que materiais sólidos jogados no vaso sanitário podem, obviamente, prejudicar o sistema. É o caso do papel higiênico ou sacos plásticos, por exemplo. “Na verdade, a bananeira vai sugar toda a água absorvida pelo pó de serra. É o que chamamos de ‘âncora’ do sistema. Então, um alimenta o outro”, completou.

Esta cadeia só é interrompida caso o pé de banana seja cortado. “Aí haverá o risco de encher a fossa”, alertou. O sistema, segundo ele, foi introduzido no Nordeste brasileiro com sucesso e, aos poucos, está chegando a outros estados. O consultor aperfeiçoou este tipo de fossa, introduzindo novos elementos.

Modelo de fossa já pronta, com bananeiras plantadas na superfície

Modelo de fossa já pronta, com bananeiras plantadas na superfície



Versátil

Segundo Glauber, a biofossa com bananeira é adequada até para grandes indústrias, já que diversas unidades podem ser construídas. Além de não oferecer risco à contaminação do Meio Ambiente, a conta não onera o contribuinte em relação ao consumo de esgoto — hoje 80% do valor total de água consumida.

Ele cita como exemplo a falta de rede de esgoto no Distrito Industrial de Santa Cruz do Rio Pardo. “Para estas indústrias, o ideal é um sistema modular espalhado dentro da área”, disse. Glauber, por sinal, possui uma indústria no DI e já está implantando a fossa com bananeira.

Mas o sistema também é adequado para propriedades rurais, inclusive chácaras de lazer. O próprio Glauber, por exemplo, está construindo uma unidade em sua chácara no bairro da Graminha. A antiga desmoronou e quase levou a casa junto. Com a nova tecnologia, a segurança aumentou, não há contaminação do Meio Ambiente num local onde existem muitos poços e, de quebra, praticamente qualquer espaço pode ser utilizado na construção. Empolgou até a vizinhança, que planeja implantar fossas semelhantes.

O consultor ambiental disse que a nova tecnologia surge num momento em que a autossustentabilidade ganha cada vez mais força. “Na realidade, estamos caminhando para um futuro onde as casas e as indústrias serão sustentáveis. Não adianta a Sabesp ou outras empresas tentarem evitar isso, pois a energia será sustentável, assim como a água e até os resíduos, através de sistemas de compostagem”, afirmou. Muitos sistemas, aliás, estão ficando tão acessíveis ultimamente que o próprio morador pode construir.

A fossa com bananeira tem outro atrativo: o custo. Segundo Glauber Gregório, o sistema sai por volta de R$ 1,5 mil, enquanto as tradicionais, dependendo do espaço e localização, podem custar até R$ 10 mil. Na hipótese de desativar a fossa, nem será preciso enterrar o material. “Além disso, pode servir como embelezamento da área, já que o proprietário pode plantar um jardim junto com a bananeira”, explicou.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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