Antiella Carrijo Ramos

O Sete de Setembro

Coluna de Antiella Carrijo Ramos

O Sete de Setembro

Publicado em: 14 de setembro de 2023 às 23:59

Há muito tempo não participava de um desfile de 7 de setembro. Este ano fui acompanhar a minha filha mais nova e também a minha equipe de trabalho. A verdade é que participei de poucos desfiles cívicos, o feriado prolongado sempre teve maior relevância e desde que a minha filha primogênita nasceu, o feriado é todo dela. Aqui em casa, é comum a antecipação das festividades do seu aniversário, para o dia da independência. Em alguns anos, este feriado também foi período de férias no trabalho e a gente sempre viajava. Em outros momentos, a casa cheia de gente querida, que vinha para matar a saudade, era mais atrativa. O primeiro desfile que me recordo, eu ainda era adolescente e me lembro da cavalaria da polícia militar ao passar pela avenida Duque de Caxias em Bauru. O segundo, em 2017, acompanhei a minha filha mais velha, junto com a filha mais nova pendurada no meu colo. Para mim, aquele desfile foi um silencioso protesto da mulher que se reinventava, diante da segunda maternidade, ao mesmo tempo, que espiava os rumos do país e se assustava. Aos poucos, o evento cívico foi virando palco político, a estética nacionalista e armamentista foi se fortalecendo e a efeméride foi perdendo o seu sentido.

O 7 de setembro é uma data importante, mas muito do que a gente aprendeu contradiz alguns fatos da realidade. Por exemplo, na escola aprendemos que aquele quadro famoso do grito do Ipiranga, do pintor Pedro Américo, é o retrato fiel do momento da independência do Brasil, mas a verdade é que a emancipação do país em relação a Portugal, se deu a partir de muita luta e resistência. As tropas portuguesas só deixaram o Brasil em 02 de julho de 1823, após muitos conflitos armados na Bahia, que contou com a força de figuras femininas, lutadores negros e baianos que não integravam o Império, que sofreram um apagamento histórico e poucos sabem desse protagonismo.

As narrativas sobre o 7 de setembro são inúmeras, mas a verdade é que a independência do Brasil ainda está em processo, porque diante da fome, da desproteção social, do racismo e do desrespeito a diversidade brasileira, não podemos afirmar que o Brasil é um país de fato independente. Nossa verdadeira independência, nossa democracia, soberania e união dependem do compromisso que tivermos com o combate à desigualdade social e com a proteção da diversidade natural e cultural desse país tão rico e bonito.


Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo


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