Antiella Carrijo Ramos

Orgulho não é soberba

Coluna de Antiella Carrijo Ramos

Orgulho não é soberba

Publicado em: 23 de junho de 2023 às 01:40

No último domingo, dia 11/06/2023, mais de 4 milhões de pessoas participaram da 27 º Parada do Orgulho LGBT+ na cidade de São Paulo. Este ano, o tema do evento “Queremos políticas sociais para LGBT+ por inteiro e não pela metade” destaca a luta pela garantia de direitos para a população LGBTQIAP+, especialmente na área da Assistência Social, já que as políticas públicas brasileiras não possuem um olhar voltado para a comunidade e o Sistema Único da Assistência Social (SUAS) ainda se mostra enfraquecido quando se trata desta parcela da população.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, compareceu à Avenida Paulista no último domingo e em seu discurso destacou que é importante falar sobre a diferença entre orgulho e soberba. Ele explicou que a soberba é algo negativo, que o orgulho é outra coisa e é este que devemos ter. “Orgulho de ser quem somos, das batalhas que vencemos, de todas as pessoas que estão aqui porque estão vivas, apesar de um mundo que as massacra”, disse o ministro. Silvio de Almeida me deixou pensativa e de novo curiosa para abrir o dicionário. De repente, me senti incomodada com a possibilidade de ter compreendido o uso da palavra orgulho a partir de uma perspectiva equivocada e confusa. Muitas vezes, pensei no orgulho como um sentimento relacionado a um egocentrismo, que provoca atitudes negativas e egoístas, sem considerar que o orgulho também é um sentimento elevado, de contentamento pela nossa capacidade de realização e pela satisfação de ser quem se é. Talvez, em algum momento, eu tenha confundido orgulho com soberba, mas nunca é tarde para aprender.

A verdade é que o ministro mais uma vez está certo. O orgulho LGBT+ não é soberba, é estratégia para a mudança da cultura e para a luta por direitos, daqueles que existem e desafiam essa sociedade que não respeita a diversidade. A comunidade LGBT+ existe desde sempre e essa existência, sempre marcada pela negação e pela violação de direitos, também foi marcada pela resistência e se orgulhar disso gera amor próprio. E o amor próprio é condição fundamental para que as pessoas se tornem livres para amar e se relacionarem com quem desejarem, além de motivar a luta pela construção de uma sociedade que respeite e considere justa todas as formas de amar.


Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos

Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo


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