Publicado em: 02 de junho de 2023 às 02:15
Quando um assunto viraliza nas redes sociais é quase impossível que ele passe desapercebido e mesmo em situações, em que evitamos determinados conteúdos ou notícias, somos bombardeados por tantas informações e, mesmo que superficialmente, entramos em contato com o assunto. Foi dessa forma que tomei conhecimento sobre as discussões que giraram em torno de um vídeo retirado de um canal do YouTube. Eu não vi o vídeo, não conhecia o canal e nem o trabalho do comediante, mas a determinação da justiça para a retirada do conteúdo da plataforma se deu em decorrência das suas piadas sobre o processo de escravização, intolerância religiosa, minorias, pessoas idosas e com deficiências.
Resolvi escarafunchar as redes para conhecer o trabalho do comediante e assim emitir uma opinião com um pouco mais de conhecimento. Também tinha a esperança de encontrar argumentos que me ajudassem a defender o Porchat nesta encrenca que ele se meteu, ao defender o direito do comediante de falar o que quer, alegando que a decisão da justiça seria um ato de censura prévia. Sou contra o cancelamento das pessoas, mas depois que assisti alguns vídeos do canal, me pareceu impossível concordar com o Porchat e inevitável questionar o seu real posicionamento diante das violações de direitos humanos que estão presentes nas piadas do seu colega de profissão.
Os temas das piadas são variados. Pedofilia, incesto, racismo e capacitismo foram alguns que eu pude constatar no material que assisti. Até pensei em reproduzir aqui alguns trechos, mas fiquei na dúvida se não estaria cometendo violações ao reproduzir aqui conteúdos tão explicitamente controversos, que deveriam ser repudiados, já que desrespeitam os direitos humanos e alguns deles, inclusive, fazem apologia a crimes já tipificados.
Não, Porchat! Não podemos falar o que a gente quer, sobretudo quando o que falamos ofende as pessoas e viola os seus direitos.
Não podemos usar o direito à liberdade de expressão para legitimar discursos racistas, homofóbicos, machistas, etaristas e capacitistas, que incitam o ódio, violam a lei, desprezam os princípios fundamentais da defesa dos direitos humanos e destroem as possibilidades de construção de uma sociedade que tenha como meta a democracia e a justiça social.
Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo
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