Publicado em: 01 de maio de 2021 às 02:30
Atualizado em: 06 de maio de 2021 às 12:21
Tenho encontrado dificuldade em transformar o que sinto em palavras. Cheguei a pensar que não tinha mais nada a dizer! Minha prolixidade no processo da escrita, que sempre percorreu caminhos tão afetuosos, teima em permanecer na tristeza. Vivo na espera de recuperar a capacidade de sonhar e acreditar que a minha ação no mundo ainda tenha alguma serventia. Por hora peço paciência com essa escrevedora, que tem encontrado no sofrimento humano a fonte da sua criatividade.
Um dos momentos mais difíceis que vivi como psicóloga foi noticiar a morte de uma mãe para os filhos que viviam no abrigo. Naquele dia não sabia o que dizer, busquei referências que pudessem me ajudar a ajudar aquelas crianças. Se é que existe algo que você possa dizer para diminuir a dor de perder quem amamos. Enquanto o menino pequeno corria, sem entender muito bem o que acontecia, passei um longo período abraçada com as meninas. Acolhi o choro, a tristeza e falamos de maneira objetiva e afetuosa sobre o que havia acontecido. Depois, mirei no céu e disse: A estrelinha mais brilhante estará sempre olhando e cuidando de vocês! Aqueles irmãos nunca mais deixaram de olhar o céu!
Tenho pensado muito nas crianças e adolescentes que perderam o pai e a mãe na pandemia. Já existem pelo menos 45 mil órfãos no Brasil. Embora não seja a população que mais morre, crianças e adolescentes estão se tornando vítimas da crise sanitária brasileira. Além de vivenciarem, sem o direito de se despedir, a dor de perder as figuras parentais, eles tiveram suas rotinas completamente modificadas, estão fora do ambiente escolar e impedidos de conviver com seus pares. Tiveram seus sonhos e expectativas de futuro completamente alterados! Uma geração inteira que crescerá sem a presença dos pais! A pandemia impactará de forma irreversível a vida dessas crianças e adolescentes!
Eu continuo sem saber o que dizer! Mas sei que precisamos construir um mundo que não falte amor, afeto, cuidado e proteção para que essas crianças e adolescentes, apesar da dor e da ausência, sigam suas vidas! Que as histórias construídas com seus pais sejam alicerce para prosseguirem! Que as estrelinhas continuem a brilhar para que as crianças e adolescentes nunca deixem de olhar o céu!
Antiella Carrijo Ramos é psicóloga e trabalhadora da Assistência Social em Santa Cruz do Rio Pardo
Previsão do tempo para: Terça
Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com chuva fraca com tendência na segunda metade do dia para Céu encoberto
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