Diva Fernandes

Tudo é relativo. Menos a fome

Coluna de Diva Fernandes

Tudo é relativo. Menos a fome

Publicado em: 30 de setembro de 2023 às 02:01

O fim da fome é uma afirmação desejada pela grande maioria de nós humanos, aqueles e aquelas que soerguem revestidos do nobre sentimento da compaixão, e, sobretudo, aqueles e aquelas que sobrevivem da esperança de alcançar o direito de ter ao menos uma refeição diária.

Comum assistirmos nas publicidades veiculadas pelos candidatos aos cargos públicos da política brasileira, as promessas da erradicação de um efeito social e econômico dado pela ambição desmedida e pelo aumento da população nos centros urbanos, paralelo ao capitalismo, que é a fome.

Minha primeira infância, da qual preservo memórias afetivas incríveis foi vivida na área rural, no seio de uma família sem posses ou propriedades, porém, com a mesa farta todos os dias; porque a terra bem cuidada produz todo tipo de alimento de uma forma belíssima.

O êxodo rural, dado por necessidades criadas pela ganância e o enriquecimento de alguns em detrimento da grande massa, propicia a aglomeração dos sem rumo no caos asfáltico emparedado. A fome fala alto e o mundo do crime lança promessas, tantas quantas os candidatos aos cargos públicos. A procriação dos sem rumo produz uma tal geração z que de nada se agrada na sua maioria, salvo raros casos proeminentes de muita boa vontade, pessoas distintas neste universo de estômagos e almas vazias.

As flores do caminho na primavera que desponta são meros detalhes distantes nos barracos da desesperança que acumula histórias na forma de humanos; filhos do sem rumo, sem fé, sem a graça da vida que balança a gota de orvalho na ponta da folha insistente na terra dura, outrora, produtora de alimentos.

A paz mundial e a segurança pública, são eventos surreais no descaminho que impede o fim da fome. O buraco negro está tão mais perto que supõe a beleza da ciência e da tecnologia que noticia a visita aos planetas distantes enquanto não alcançam o olhar vazio de milhares de humanos famintos e doentes à margem da vida. O racismo, o preconceito, a ausência do amor, o risco de destruição do planeta terra; nada, nada, é maior ou mais grave que a fome.

O artigo 5º da célebre Constituição Federal 1988 dispõe: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Bonito de se ler.  Embora, seja sensato afirmar que a responsabilidade no fato do aumento da população faminta torna-se individual, quando o indivíduo sem rumo assume para si o falso direito de procriar.

Tudo é relativo. Menos a fome.


Diva Fernandes

Diva Fernandes

Escritora nascida em Espírito Santo do Turvo, é autora dos livros “Marcas do Chumbo – A História do Menino David” e “Ave Lux! Salve Luz! Vozes da História a Serviço da Fé"


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