Ellen Manfrim

Autistas e a ressaca social

Coluna de Ellen Manfrim

Autistas e a ressaca social

Publicado em: 03 de dezembro de 2022 às 13:17

É um equívoco pensar que pessoas autistas evitam eventos sociais simplesmente porque não gostam deles, há um impacto que eles sofrem em suas mentes e corpos ao frequentar tais eventos. Esse impacto é denominado, por algumas pessoas autistas, como “ressaca social”.

Ainda não temos estudos científicos sobre o tema, o que não o torna menos importante.

A questão é que a exposição a determinados momentos de interação social, embora possa ser muito prazerosa e divertida, pode levar à sensação de pura exaustão e esgotamento entre as pessoas neurodivergentes.

Em tempos de Copa do Mundo, não poderíamos deixar de abordar esse aspecto que tanto pode gerar desconforto entre as pessoas autistas. Afinal, é muito comum reunir-se com os colegas de trabalhos, amigos e familiares para assistir aos jogos. Contudo, essas demandas sociais podem ter um alto custo de resposta para pessoas no espectro. Isso, somado à sobrecarga sensorial (ruídos intensos, temperaturas extremas, odores diversos, etc, etc, etc) pode levar a comportamentos respondentes, tais como os estados de ansiedade.

A “ressaca social”, de acordo com a descrição de alguns autistas, é um sentimento de esgotamento associada a necessidade de introversão depois de muita socialização. Os sintomas podem incluem sensação de exaustão,  dificuldade de concentração, irritabilidade, nervosismo, ansiedade e até mesmo sintomas físicos, como cefaleia, diarreia, dores abdominais, sonolência excessiva, dentre outros.

Respeitar o tempo e as necessidades de autorregularão da pessoa autista pode ajudar a evitar esse evento. Porém, nem sempre isso é suficiente.

Por fim, lembrem-se que, para pessoas autistas, uma única interação social pode levar ao cansaço e à sensação de esgotamento, mas é preciso um evento social para desencadear uma ressaca social. Uma das principais razões para isso é ter que usar máscara (masking ou camuflagem) com o objetivo de tentar se encaixar na sociedade neurotípica, pela falta de compreensão, empatia e apoio que encontram.

 

*Texto revisado e corrigido por um autista adulto.


Ellen Manfrim

Ellen Manfrim

Ellen Manfrim é médica neuropediatra em Santa Cruz do Rio Pardo


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