Ellen Manfrim

TDAH: as crianças crescem

Coluna de Ellen Manfrim

TDAH: as crianças crescem

Publicado em: 29 de outubro de 2022 às 19:56

Uma das aflições mais presentes nas consultas com pais de crianças com TDAH é: “como será na adolescência do meu filho?”

Apesar do TDAH ser um transtorno de neurodesenvolvimento e os sintomas se iniciarem desde a infância, sendo mais perceptíveis nos anos escolares, é possível que uma criança chegue a fase da adolescência sem o diagnóstico e com muitas dificuldades cognitivas, sociais e comportamentais.

O adolescente pode apresentar dificuldade em se concentrar, dificuldade em se organizar, esquecer atividades diárias, apresentar inquietação, ter problemas no convívio social e até dificuldades de aprendizagem. Também pode apresentar alterações de humor, demonstrando picos de frustração, raiva, ansiedade, impulsividade e até mesmo agressividade. A impulsividade, sendo uma dificuldade de autorregulação pode gerar compulsão em jogos, uso exagerado de aparelhos eletrônicos (celular, computador, etc) e vício em substâncias químicas.

Embora algumas pessoas acreditem que necessitamos de muitos exames para o diagnóstico do TDAH, na realidade não é necessário a realização de nenhum tipo de exame laboratorial (e nem eletroencefalograma), pois não há um marcador biológico que indique o transtorno. A análise é inteiramente clínica, através da queixa dos sintomas, devendo ser realizada por um profissional especializado.

Claro que podemos (e devemos) contar com a ajuda de profissionais capacitados para o diagnóstico. Desse modo, a avaliação neuropsicológica é uma grande aliada nessa análise, auxiliando na elucidação do quadro através da investigação das funções cognitivas relacionando-as ao comportamento prejudicado expresso pelo avaliado.

O tratamento mais indicado para o TDAH é o combinado, que inclui o uso de medicamento e o acompanhamento psicoterápico. O objetivo principal do tratamento é trabalhar com o adolescente no desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais, a fim de se obter um comportamento mais adaptativo, minimizando as dificuldades e o sofrimento ocasionado pelo transtorno.

Além disso, se você tem um filho ainda é uma criança e tem o diagnóstico de TDAH, lembre-se que ele vai crescer e, muito provavelmente, manterá alguns sintomas do transtorno na adolescência. Estar atento ao TDAH na adolescência pode ajudar a prevenir grandes intercorrências, como uso de substâncias ilícitas, abuso de álcool, gravidez indesejada, dentre outros. Então não se esqueça: TDAH não existe apenas na infância e, com absoluta certeza, deve continuar sendo tratado ao longo da vida!


Ellen Manfrim

Ellen Manfrim

Ellen Manfrim é médica neuropediatra em Santa Cruz do Rio Pardo


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