Enzo Pellegrino

Clima tenso

Coluna de Enzo Pellegrino Pedro

Clima tenso

Publicado em: 24 de janeiro de 2023 às 15:26

Os alertas sobre os perigos iminentes causados pelas mudanças climáticas já eram inúmeros no início do século. Naquele tempo, como podemos observar em livros e filmagens, eventos de repercussão mundial eram organizados por países e instituições para debater possibilidades de conferir maior proteção à mãe natureza, buscando reverter processos de deterioração ambiental e proteger nossas florestas e mares da ganância do ser humano.

Diante do cenário que vivenciamos hoje, mais precisamente em 08/06/2068, pode parecer até mentira, mas as pessoas simplesmente desconsideravam todos os alertas e críticas realizados. E olha que não eram apenas eventos como o famoso e já extinto Conference of the Parties (COP), então maior encontro do planeta para debate sobre alterações climáticas em escala mundial, mas também inúmeras músicas, filmes e livros sobre o tema, mas insistiam em tratá-lo como uma espécie de “apocalipse zumbi”, algo intangível, impossível, fruto da imaginação de pessoas desesperadas. Quem dera!

Dói um pouco pensar que na época havia personalidades exponenciais dedicando sua vida à causa e mesmo assim sua voz era desconsiderada. Lembro aqui daquele famoso ator, Leonardo DiCaprio, e também de Marina Silva, hoje estudada por todo o planeta, mas desrespeitada por muita gente enquanto viva, quando ainda não vivíamos a Seca Mundial iniciada em 2044.

Parece difícil imaginar, mas houve um tempo em que realmente chovia mais de uma vez por ano. Sim! Nossos antepassados viveram num planeta em que as chuvas vinham em abundância, inundando ruas, enchendo rios, irrigando plantações e sustentando nossas florestas — ainda vivas, por óbvio. Chegavam a passar o dia em casa ouvindo a água cair lá fora, e dizia meu pai que o barulho das gotas era como uma canção de ninar, algo como Deus, lá de cima, nos jogando um pouco de paz.

É incrível observar como as coisas mudaram e difícil ter certeza sobre o exato momento em que as chuvas pararam. Difícil, também, aceitar que todas as forças humanas, reunidas numa causa comum, não foram suficientes para reverter o quadro. Segundo contam os livros de história, todos os cientistas do planeta interromperam seus projetos para se dedicar exclusivamente à causa, porém sem sucesso. Li, outro dia, que chegaram até mesmo a cogitar a utilização de métodos sem qualquer comprovação científica, como as chamadas Constelações Familiares, práticas que serviam, na década de 2020, apenas para tirar dinheiro das pessoas e entregá-los de lambuja aos chamados “novos ciganos”.

Mas o objetivo desse texto não é ser pessimista e ficar lembrando do nosso fracasso enquanto humanidade. Pelo contrário! Venho, por esta coluna virtual atualizada semanalmente desde 2062, trazer as notícias animadoras há décadas aguardadas pelo mundo.

Pelas redes sociais, descobriram um pequeno grupo de pessoas vivendo com chuvas semanais em suas terras. Isoladas do mundo, conseguem criar animais e os alimentos crescem vigorosos do solo fértil. Vivem com água de sobra para beber e sua paisagem esverdeada prova que a saúde da natureza não é uma fábula como a de Adão e Eva. Têm até um rio (!) ainda vivo e com água correndo sem parar, o qual dá nome à cidade, chamada Santa Cruz do Rio Pardo, no interior do Estado de São Paulo.

A notícia tem se espalhado rapidamente e cientistas de todo o globo já se deslocam para lá, pois querem entender o fenômeno e tentar replicá-lo em todos os lugares, nessa que é a maior esperança para recuperarmos a mãe natureza. Por enquanto, sabe-se apenas que a população local atrai a chuva montando barracas e perambulando para lá e para cá num ritual que envolve alimentação, diversão e conversas entre as pessoas, num fenômeno chamado carinhosamente de “Feira da Lua”.


Enzo Pellegrino

Enzo Pellegrino

Enzo é advogado em Santa Cruz do Rio Pardo


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