Publicado em: 25 de junho de 2022 às 05:09
O garoto estava triste, desanimado com a vida e sem saber qual rumo tomar quando, em poucos meses, terminasse o ensino médio e começasse a enfrentar o estranho e aterrorizante mundo dos vestibulares.
“Pedrinho, você não precisa ter pressa para escolher curso, universidade, cidade… Nada! É normal ter essas dúvidas na sua idade, o importante é continuar estudando e ir fazendo provas para se manter preparado… E outra coisa: se não souber o que prestar, sempre pode recorrer ao curso de Direito! Você seria um excelente advogado, gosta tanto de ler…”, dizia sua mãe, numa tentativa totalmente ineficaz de injetar ânimo no filho.
Acontece que suas tristezas não estavam todas relacionadas ao futuro. Talvez fosse a fase da vida, a menina que não lhe dava trela, a já presente saudade dos colegas de escola (antes mesmo da inevitável separação) ou qualquer outra coisa que pudesse ser entendida como crise existencial.
Mas como nem ele próprio sabia dizer exatamente o que estava sentindo, a família teve a ideia de tirar férias a fim de realizar o sonho do menino de conhecer o Egito, antes que ele se mudasse para “sabe Deus onde” para estudar “sabe Deus o quê”.
Decididos, compraram as passagens e menos de um mês depois, com o garoto ainda agoniado, cruzaram o Atlântico e desembarcaram no Aeroporto Internacional do Cairo, dando início às suas aventuras pela Terra dos Faraós em busca de conhecimento, boas memórias e na missão primordial de resgatar a alegria Pedrinho.
A viagem fora programada de acordo com os pontos turísticos mais falados pelo garoto durante a vida, o que tornou fácil a elaboração do roteiro. Começaram pelo Museu Egípcio e dele foram até o Mercado de Khan El Khalili, maior feira popular do Cairo e lugar ideal para comprar tecidos, roupas, cristais e souvenires em geral, mas nem mesmo as compras o resgataram de seus pensamentos.
As próximas paradas foram o Templo da Rainha Hatshepsut, mulher que por mais tempo reinou no Egito Antigo, e, finalmente, o complexo Necrópole de Gizé, que inclui as três famosas Pirâmides (Quéops, Quéfren e Miquerinos) e a Grande Esfinge, monumentos que arrancaram suspiros da família e lágrimas de emoção do garoto, ainda que permanecesse sem sorrir, para desespero silencioso dos pais.
Afinal de contas, o que poderia explicar tanto desânimo e preocupações? Já estava cansado de se sentir assim e começava a crescer um sentimento de culpa por não corresponder às expectativas dos pais no momento em que se sentou numa grande pedra totalmente cercada pelas areias do deserto e viu, saindo delas, um pequeno objeto dourado.
Puxou-o com facilidade e, ao limpá-lo com a barra da camiseta, um ofuscante brilho ofuscou-lhe a vista. Quando voltou a enxergar, notando a presença inconfundível de um gênio à sua frente, nem mesmo deu chances para que ele começasse a falar. Levantou-se de supetão, deu um sorriso maroto e feliz que há tempos o mundo não via e pediu, sem pestanejar: “Desejo que Abel Ferreira retorne a Portugal!”
Enzo é advogado em Santa Cruz do Rio Pardo
Previsão do tempo para: Quinta
Durante a primeira metade do dia Céu nublado com tendência na segunda metade do dia para Períodos nublados com chuva fraca
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