Publicado em: 04 de agosto de 2023 às 01:32
As cidades estão mais feias hoje do que há 50 anos. Isso não é uma crítica à modernização da arquitetura, do urbanismo, do surgimento de novas tecnologias e nem grande oferta e fácil acesso a automóveis, muito diferente do que acontecia nos anos 60 e 70. Também não é uma crítica à arquitetura preguiçosa praticada pela maioria dos profissionais – também causada por demandas econômicas vindas dos clientes. Grandes caixas de sapato acinzentadas com portas pivotantes altas e vidros espelhados são a triste imagem que define a “não arquitetura” das primeiras décadas dos anos 2000.
Em terrenos cada vez mais estreitos, além do combo da infelicidade estética mencionado acima, adiciona-se o predomínio dos portões de garagem nas fachadas da maioria das residências novas. Em terrenos com frente de dez metros ou menos, muitas vezes a única coisa que se vê desde a rua é um portão de chapa de ferro cor de chumbo. E em terrenos mais generosos, em casas de padrão elevado, também pode acontecer o mesmo, mas em vez de vagas para dois carros, vemos portões monstruosos que guardam vagas para três, quatro ou mais carros.
Você pode estar pensando que a responsabilidade por isso é da falta de segurança no país e do excesso de crimes como sequestros, assaltos e furtos cometidos nas residências do cidadão de bem. Isso gera medo. O medo gera soluções grotescas como muros altos, grades pontiagudas, concertinas e cercas elétricas. E isso gera cidades que cada vez mais se assemelham a prisões.
Não nos iludamos, esta falta de segurança é reflexo do capitalismo terceiro-mundista somado ao longo histórico de desigualdade social brasileiro. Então, em última instância, a grande culpada pelo enfeamento das nossas casas é a busca desenfreada pelo ganho e manutenção de capital, que aprofunda cada vez mais o abismo hereditário da sociedade brasileira.
Agora, com este gancho que deixo aqui, me proponho a mergulhar nas histórias das casas mais bonitas de Santa Cruz do Rio Pardo, trazendo quinzenalmente um pouco de contexto, curiosidades e características destas residências de uma época mais pacata. Uma época de muros baixos ou mesmo ausência deles, de aberturas generosas e de integração visual com a rua, de largos beirais, de estruturas sólidas e de acabamentos elegantes.
Arquiteto, é santa-cruzense e estudou História da Arte em Madrid
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