Henrique Perazzi de Aquino

Da proximidade da partida

Coluna de Henrique Perazzi de Aquino

Da proximidade da partida

Publicado em: 15 de setembro de 2023 às 00:54

E eu tive uma dor no peito.... Sabe aquelas horas que você diz...fui... Pois é, não fui. Fiz exames, pirei, medo. Não era coração. Joguei futebol hoje. Tomei cerveja, tô cantando. Vida é tudo. Só quem imagina a possibilidade de perdê-la é que sabe. Eu sei. Bora lá, saber o que tem pra acontecer. Bora lá viver o que tem pra ser vivido. Foda-se o resto. Bora lá”, Wilson Maceri Junior.

Vejo o relato deste meu amigo pelas redes sociais aqui de Bauru e comparo com o passado, nesta semana, também por mim. Ele mais jovem, eu com 63, estamos adentrando área perigosa, conflituosa e cheia de percalços. Se até agora a contenda correu sem maiores problemas, na verdade, pelo que vemos deste intrincado itinerário denominado vida humana, parece ser inevitável o aumento da preocupação.

Nesta semana a coisa pegou pro meu lado. Dores pelo corpo todo, mal podia virar o pescoço. Quando tossia doía tudo, queria só ficar deitado, travando tudo. Piorei e tudo se agravando. Baixei no médico, fiz o inevitável exame de COVID, pois tinha quase certeza do meu diagnóstico. Pois deu negativo e nem o médico conseguiu me passar um entendimento plausível do que estava tendo. Falou de várias possibilidades, tudo em aberto e assim sai do consultório, com mais dúvidas de quando ali adentrei. E agora, compraria ou não os remédios por ele receitados?

Melhorei aos poucos e hoje, domingo, quando batuco este texto, sinto que algo está melhorando por dentro e me bate uma incontida alegria, pois como meu amigo Maceri, cheguei a pensar no pior. Eu sempre fui muito arredio com isso de outra vida, de existência de vida após a morte, daí, tento tirar o melhor proveito desta, pois como desconheço algo concreto, real, com comprovação registrada em cartório deste lugar para onde iremos após o corpo encerrar as atividades, ando cada vez mais preocupado quando passo diante do espelho lá no quarto de casa e vou constatando, dia após dia, a deterioração do corpinho que me foi reservado.

Outro que passou por poucas e boas foi o jornalista chefe do DEBATE, o amigo Sergião – no aumentativo mesmo, pois ele é coringa, espécie de faz tudo do jornal e desta forma, assume pra si todas as responsabilidades. Inevitável um dia, com algum periquipaque, a máquina exigir um breque e daí, tudo o que fazemos, fica pendente no ar. Neste casos a gente se dá conta que, ninguém é mesmo insubstituível. O Sergião sabe disso, hoje pega tudo mais leve, envolvimentos não tão inebriantes, mas fazendo o que gosta, não conseguindo se ver fazendo outra, nem férias tira.

Mas como tirar férias quando a pessoa é as mola mestra de tudo o que a sustenta? Este é o caso de muitos. A gente sabe, tem muitos que não podem ficar doentes, pois daí, tudo desanda. Eu, nesta semana de perrengue, quando nem uma simples leitura conseguia fazer, quanto menos escrever ou ver TV, senti que, por alguns dias, permaneci num limbo, meio que fora de mim, longe de tudo. Muito maluco isso. Serve pra gente ir dando um jeito de ir brecando os corres, os entreveros, os arranca rabos, tudo em troca por amenidades e trivialidades, dessas que, dizem, fazem com ganhemos mais um tempinho, uma prorrogação antes da partida se dar por encerrada. Não sei se já estou no lucro, mas como, acredito, no mínimo, pelo menos mereço mais uns dez aninhos pela frente, deixa tomar um pouco mais de cuidado com a máquina, que anda dando sinais de querer engripar.

Em tempo: Maceri, Sergião e eu, ganhamos mais tempinho pela frente. E agora, como se aproveitar adequadamente dessa benesse?


Henrique Perazzi de Aquino

Henrique Perazzi de Aquino

Henrique Perazzi de Aquino é jornalista, professor de História e mantém o blog Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com)


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