Henrique Perazzi de Aquino

O dia da sinceridade

Coluna de Henrique Perazzi de Aquino

O dia da sinceridade

Publicado em: 04 de outubro de 2023 às 18:21

O título deste escrito – seria crônica? – poderia ser considerada um plágio. Tento que não o seja. Na verdade, ele é totalmente inspirado em algo que li muitos tempo atrás, dessas inesquecíveis leituras. Trata-se de, essa sim, uma crônica, de Stanislaw Ponte Preta, criação da verve do jornalista Sergio Porto e num livro, que sempre consulto, como se fosse espécie de bíblia de traquinagens e mandamentos de como cutucar a onça com a vara curta. “Tia Zulmira e eu” saiu publicado pela primeira vez em 1961, portanto, este escriba tinha meros 1 ano de vida. O li, naquelas edições capa dura do Círculo do Livro e o tenho até hoje aqui na estante.

Neste livro, dentre tantos escritos para desopilar o fígado este com o mesmo título. Stanislaw sabia tocar o sujeito pela ironia e o fazia com primazia. Se bem me lembro, o que ele demonstrava era que, se um dia tivéssemos todos que, exercer, por um dia que fosse, o exercício da sinceridade nas 24h do dia, estaríamos todos, na verdade, num mato sem cachorro. Imaginem o que viria a ser este tal do Dia da Sinceridade? Galhofeiro, ele dá como exemplo o anúncio daquele sabonete, caro, mas que, ao ser anunciado, teria que ser revelado não fazer espuma nenhuma.

Este exemplo é fichinha perto de tudo o que imagino acontecendo aqui nas nossas hostes, ou seja, aqui no nosso dia, principalmente o político. Não seria hilário, mas seria trágico ver nossos políticos, que na verdade, podem até se defender, afirmando não mentir, mas omitir algumas pequenas coisinhas. Aqui em Bauru nessa semana, um ex-presidente da Cohab, militar aposentado, pressionado pela atual mandatária, Suéllen Rosim, inquerido numa Comissão de Inquérito, afirma ter sido proibido de falar o que de fato estava acontecendo em relação as dívidas da companhia.

Imaginem ele estivesse a depor exatamente no Dia da Sinceridade, ou mesmo fosse este dia naquele quando recebeu a recomendação de Suéllen. A verdade dói para alguns e muitas vezes não a conhecemos nem com o passar do tempo. Muita negociata seria desvendada desta forma e jeito. Uma maravilha que, infelizmente, permanece no campo dos sonhos irrealizáveis. Aí em Santa Cruz, como seria o dia a dia político na cidade se viesse à tona a verdade, nua a crua, sendo descrita em todas suas nuances. Aqui de Bauru, nem te conto, a casa cairia imediatamente. Estamos no meio de duas CEIs – Comissão Especial de Inquérito e numa delas, a prefeita comprou um projeto educacional, o Palavra Cantada, por um valor totalmente fora da casinha e nunca aplicado em escola nenhuma. Todos querem saber exatamente isso, a verdade dos fatos e ela é, pelo visto, a última pela qual tomaremos conhecimento.

A verdade é uma faca de dois gumes. Na maioria das vezes, quando seguida à risca, mais problemas, principalmente para os executores da coisa pública, hoje primando por decisões de bastidores, muitas vezes nebulosas. Lembram-se do pérfido Jair Bolsonaro quando tentou impor 100 anos de segredo para algumas de suas decisões? Um político propor algo assim é a certeza de ter feito algo errado, condenável e, já prevendo, problemas com a Justiça, se acerca de subterfúgios constitucionais. Na verdade, a intenção do escriba, décadas atrás, era burilar o caráter, elemento da personalidade de cada indivíduo. Fica a ideia. O que acham?


Henrique Perazzi de Aquino

Henrique Perazzi de Aquino

Henrique Perazzi de Aquino é jornalista, professor de História e mantém o blog Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com)


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