Publicado em: 15 de maio de 2021 às 03:50
Atualizado em: 15 de maio de 2021 às 03:53
A semana se encerrando foi de sufoco para a secretária de Cultura de Bauru, Tatiana Sá. Tudo começou com uma Audiência Pública marcada para quarta-feira, quando foi praticamente encurralada pelos artistas locais, todos de pavio muito curto pela ausência total de atividades e propostas para a pasta. Desde que a novíssima (sic) prefeita foi eleita, Suéllen Rosim, demonstrando apreço desmedido para com o ex-capitão presidente, Bauru se vê cada vez mais enfronhado em atos fundamentalistas e negacionistas. Um descalabro, culminando com uma Cultura totalmente inerte e diante de uma classe artística, necessitando cada vez mais de atividades, ações e proposituras. Elas não despontam e em cada novo ato, uma só certeza, a paradeira é ato deliberado e norma de conduta da nova administração.
A secretária bem que tenta, mas diante de algo vindo de cima, a imposição pelo nada fazer, tudo o que se vê são promessas, algo evasivo e feito para ir enchendo linguiça ou mesmo ir empurrando com a barriga. Até o presente momento, algo repetido como ação cultural local de grande porte, a execução da lei Aldir Blanc, porém, como se sabe, trata-se de propositura federal e não local, só ocorrendo depois de muita pressão da classe artística. Em Bauru, logo de cara, mostrando a que vieram, o cancelamento de Lei de Estímulo à Cultura, algo em andamento desde ano passado. O artista que já não tinha nada, ficou chupando o dedo e para não assumir o erro, encontrou-se um culpado, a administração anterior.
Todos os projetos paralisados e algo em curso, a não permissão para que nada ocorra dentro das hostes da Cultura envolvendo gastos. Estes estão proibidos. A desculpa é esse tal de contingenciamento, que nada mais é do que a desculpa da utilização do dinheiro que iria ser utilizado aqui, agora tudo desviado para finalidades tendo como chancela a pandemia. Bela desculpa para deixar de realizar cronograma de atividades e eventos que sempre ocorriam anos após ano. Sempre a pandemia, ou seja, ela geradora de tanto mal, serve neste momento como desculpa para deixar de fazer o prescrito e previsto.
Na Estação da NOB, a mais bela do interior paulista, onde até então existiam muitas salas ocupadas e atividades culturais ocorriam, tudo foi lacrado e desde o começo da gestão, obrigados a desocuparem o lugar. Existia e estava em andamento um projeto de revitalização do local, utilização pela Secretaria de Educação e ali, algo engrandecedor para revitalizar o centro velho de Bauru. Mudou o governo, mudaram-se os planos e agora, com os locais fechados, tudo também abandonado e a restauração esquecida. O motivo, como sempre, a pandemia. Ela salva e justifica tudo.
Ufa! Agora, passados cem dias da nova administração finalmente ocorre um ato cultural com a chancela Suéllen e Tatiana. “Agora vai”, dizem os céticos. Passando férias em Bauru um artista nascido na cidade, Luis Martins, conhecido internacionalmente como L7M, traço espalhado em paredes francesas, onde reside atualmente. Convite para realizar mural dentro do Centro Cultural “Carlos Fernandes de Paiva”, onde está também localizado o Teatro Municipal e ele graciosamente, em reverência para com sua cidade, produz obra de arte, sem custos para a nova gestão. A pintura eternizará não só estes primeiros meses de atividades culturais, como se prevê, será o que melhor acontecerá na cidade no quesito acontecimento dentro de toda a administração. Diante de tudo o que Bolsonaro proporciona de Cultura para o país, Suéllen e sua partner, a esforçada Tatiana Sá, pelos menos temos de agora em diante um mural para chamar de nosso. Viva para a doação de L7M, pois não fosse ele, sua arte e traço, nada teríamos para comemorar. Já estou agendando visita para conhecer de perto o único ato cultural destes novos tempos de administração tão transformadora, avançada e progressista.
Henrique Perazzi de Aquino é jornalista, professor de História e mantém o blog Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com)
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