Faz o pix

Em entrevista do prefeito Diego (PSD) concedida à rádio 104,9, com os jornalistas Sérgio Fleury Moraes e Dário Miguel, foi dito por este que, finalmente, acabaram aqueles teatros de exibição de cheques de “devolução” de dinheiro público do Poder Legislativo para o Poder Executivo.
O show sempre foi uma palhaçada. O Poder Legislativo, normalmente, pede dinheiro a mais do que irá gastar e, no fim do ano, “devolve” um valor que já se sabe que não seria gasto. A demagogia era representada por um espetáculo cafona que gerava imagens para a autopromoção dos envolvidos. A cereja do bolo era uma reprodução aumentada de um cheque com o valor “devolvido”. 
Puro engodo. O dinheiro vem de um caixa só: dos tributos do povo, do bolso do contribuinte. Câmara e Prefeitura compõem o MUNICÍPIO, que, por sua vez, é sustentado pelo suor do trabalhador. Simples assim. Não existe “devolução”, gentileza, nem eficiência. Trata-se de dever de todo gestor público gastar o dinheiro público com prudência e economicidade, ou seja, com qualidade e redução de desperdícios.
E não importa se o político A ou B já fez isso, a encenação é ridícula e dispensável. Contudo, o teatro era visto até há pouco tempo na cidade.
O prefeito Diego abandonou essa prática populista que só serve para dar poleiro para os papagaios apaniguados de plantão (e para os urubus e algumas pragas urbanas). E disse mais: chega de coronelismos.
Com essa nova conduta, o chefe do Poder Executivo solicitou, discretamente, que o chefe do Poder Legislativo, Lourival Heitor (SD), disponibilizasse recursos para algumas despesas adicionais da Prefeitura, como o novo piso dos enfermeiros, e assim foi feito. Sem estardalhaço e sem picadeiro. Sem palhaço e sem circo. Dinheiro público na base do pix e dos bons entendimentos.
Cheques e coronéis estão ultrapassados. A moda, agora, é político na velocidade do pix.

Transbordou
De boas intenções e de coronéis, o inferno está cheio.

Millôr
“Dinheiro público é aquele que o governo tira dos que não podem escapar e dá aos que escapam sempre (Millôr Fernandes).