Luiz Antonio Sampaio Gouveia

Bandeirantes e consciência negra

Coluna de Luiz Antonio Sampaio Gouveia

Bandeirantes e consciência negra

Publicado em: 17 de novembro de 2023 às 01:05

A deturpação da história brasileira afirma que nossos primeiros habitantes europeus foram todos degredados. Também apontam bandeirantes como bárbaros. Não é real. Houve sim degredados para cá, entre eles, uma antepassada minha, Maria das Estradas, cujo nome é convidativo de fantasias, que, no passado de nós todos, são reais.

Houve, porém, de Portugal para cá, a vinda de portugueses ilustres, até mesmo vinculados e descendentes de famílias reais portuguesas. No tocante a bandeirantes, em que pese a origem mestiça deles, de tupis e portugueses, muitos foram judeus portugueses cuja saga fez a economia não apenas do Brasil, mas de toda a América, do Norte, Central e do Sul.

A bandeira era, sim, uma expedição eficientemente disciplinada sob estrutura militar e muitos de seus líderes foram cavalheiros, como Baltazar de Godói Moreira, que levou um cacho de ouro para Dom João V, do mais luxuoso reinado de Portugal e Fernão Dias Paes, que fez a paz na Guerra Paulista dos Pires e Camargo e foi o doador do terreno do Mosteiro de São Bento, como esta belíssima construção pode ser vista em seu estilo românico, no Largo de São Bento, em São Paulo.

É verdade que os bandeirantes foram predadores de índios, para o trabalho escravo em suas lavouras em São Paulo e para a economia açucareira, no Nordeste. Também para soldados de suas expedições. Nunca, porém, de negros, como às vezes um ou outro incendiário do monumento do Borba Gato, coloca para complicar.

A questão da escravatura, precisa ser vista com cuidado. Quem deu início ao tráfico negreiro, foram os árabes e todos os régulos africanos, negros, foram os que os abasteceram com gente das tribos que eles exploraram e os índios, sempre foram escravocratas também. A escravidão é anterior a tempos bíblicos.

Não fosse o bandeirismo, o Brasil não existiria, ou seja, nós brasileiros, brasileiros não seríamos. Porque foram eles que traçaram as fronteiras do Brasil, impondo-as aos espanhóis, que colonizaram nossos vizinhos.

Na atual contextura social brasileira, em que o identarismo busca confundir nossa história, levando-nos a um fascismo, em que o indivíduo cede lugar ao grupo, estimular o ódio é consequência evidente de nossa tribalização em negros, povos originários, que não são tão originários, assim, (porque ninguém brota da terra e aqui somos todos humanos imigrantes, gays, lésbicas e etc.). Embora, não se consiga entender porque.

Parece, porém, ser tudo isto colonização de grandes interesses capitalistas internacionais, a não querer que vingue Nação, um país como o Brasil, em breve um dos maiores produtores de petróleo do mundo (e até pouco tempo, diziam tivéssemos gota nenhuma deste óleo), longe do teatro de todas as guerras, maior potência agrícola do planeta, que antes mendigava trigo por todo mundo e que desenvolvemos da cana o etanol e logo vamos usá-la para fazer hidrogênio verde. Sem falar que temos a matriz energética mais sustentável e não poluidora do mundo. Bastando que desapareçam Lulas e Bolsonaros.

Mais à frente teremos o Dia da Consciência Negra. Que esta data sirva para ser a data da consciência brasileira a nos fazer um país de tudo e para todos, como é nosso destino. Como o vitorioso antepassado libanês de um amigo, que ao chegar imigrante de navio em Santos, com passaporte turco, jogou o documento no mar e afirmou, eu agora sou brasileiro, às favas o passado, agora somente tenho futuro. Isto é o Brasil, que iditentarismo algum pode destruir.  Somos uma cultura mestiça. Aí está o grande trunfo do Brasil. Um só povo; uma língua somente, sem o racismo norte americano e sem a confusão das línguas e gentes que marcam Rússia e China, uma babel de muita grana e poucos direitos.


Luiz Antonio Sampaio Gouveia

Luiz Antonio Sampaio Gouveia

Santa-cruzense, Sampaio Gouveia é advogado graduado pelas Arcadas e especialista em Finanças e Contabilidade (pela EAESP/FGV) e em Direito Penal Econômico (pela GVLAW/FGV), mestre em Direito Público (Constitucional) pela PUC-SP, Conselheiro e Orador oficial do IASP, membro do Consea/Conjur/Fiesp, procurador-jurídico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, entidade em que é irmão Mesário e remido, conselheiro da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Medicina da Faculdade de Misericórdia de São Paulo. É membro do Instituto Brasileiro de Recuperação de Empresas em Crise. Foi conselheiro-seccional da OAB-SP e da ASP. CEO Sampaio Gouveia Associados


SANTA CRUZ DO RIO PARDO

Previsão do tempo para: Sábado

Períodos nublados
37ºC máx
15ºC min

Durante todo o dia Céu limpo

COMPRA

R$ 5,60

VENDA

R$ 5,60

MÁXIMO

R$ 5,60

MÍNIMO

R$ 5,53

COMPRA

R$ 5,45

VENDA

R$ 5,79

MÁXIMO

R$ 5,45

MÍNIMO

R$ 5,45

COMPRA

R$ 6,19

VENDA

R$ 6,20

MÁXIMO

R$ 6,21

MÍNIMO

R$ 6,14
voltar ao topo

Voltar ao topo