Céu ou inferno?

Na medida que meus dias vão passando, fico indagando para onde vou, depois do meu embarque, como dizia Santo Agostinho, para a Cidade de Deus. Sempre falo ao meu amigo Ives Gandra, muito religioso, que consiga meu passaporte para o Céu. Bem! Sou católico e me amparo em Deus e em Nossa Senhora Aparecida também. Mas não digo como um neto afetivo quando criancinha dizia e como o Paulo Maluf, também, ser eu, Católico Apostólico Romano. Primeiramente porque o que criança diz, é sério e o que o Maluf dissera, era pura demagogia, imagino, desculpem-me!

Luiz Antonio Ferreira de Castilho, meu grande amigo, já partido deste Mundo – descendente do primeiro juiz de Santa Cruz, que fora casado com uma irmã do Doutor Chiquinho Sodré -, logo meu primo porque a mulher dele era minha prima igualmente, dizia (e aqui não vai nenhum sacrilégio porque os anjos também brincam e tem bom humor), que o inferno deveria ser melhor. Porque lá estariam todas as moças de nossa boemia e muitos de nossos amigos, de vida noturna, que nunca foram poucos. Além de Napoleão Bonaparte, Pedro I, Chaplin, Cleópatra, Marco Antonio e todos os grandes amantes da vida.

Totonho que era o apelido dele, nas Arcadas, dizia que o céu deveria ser um saco, harpa e gente que nunca bebia, o dia inteiro e o Xandoca, também, que era um chato professor de Direito romano mas que se converteu à boa vida, no bom sentido, quando diretor das Arcadas. Foi um gozador! Um dos maiores falencistas de São Paulo. Partiu cedo e precocemente pois aquele bicho difícil de matar o levou antes da hora. Coração grande que nunca teve no pecado, o dolo; culpa, talvez! Mas quem não a tem?

Dante Alighieri, poeta italiano botou no inferno, muita gente importante e até papas. Não posso julgar, cada um é cada um e o Nazareno nos ensinou, não julgar para não sermos julgados. Mas lá deve estar o espanhol, Alexandre VI, pai da devassa Lucrécia e do filho, Cesar, que teve como puxa saco, o Maquiavel ou seu colega português que dividiram o Mundo, entre Portugal e Espanha, com o Tratado de Tordesilhas. Este português, o Antonio Gouveia, que não é meu parente, mas que virou Cardeal com o nome de Antonio Goviani e com uma porção de filhos, que ainda hoje integram a nobreza papalina e quebraram um banco, envolvidos com os escândalos do Vaticano recentemente, que o Papa Francisco está pondo abaixo. É! papa e cardeais já foram casados e tiveram filhos. Agora, está melhorando. Porque filho de padre herdava a igreja, todo ouro, a prataria e tudo mais que fosse do vigário.

Mas o celibato (não ter vida sexual o sacerdote ou a freira) sempre foi uma sublimação dos sentidos, para elevação da espiritualidade. O erro? foi ser generalizado, em que se deturpou.

Espero em Deus, ficar muito tempo na fila para carimbar o meu passaporte para o Céu. Tenho contas a pagar e dívidas a solver. Mas não mais peço ao Capitão, o Pai de Todos, o Capitão, como dizia Santo Inácio de Loyola. Porque Capitão, agora, suja a barra, peço sim, ao Criador, Tudo do Todo ou Luz de Meus Dias: segura a fila, meu Chefe, me dá um chorinho a mais. Gosto de bom vinho! Mas se vou para o inferno? Não sei! Esta história de paraíso é de Santo Agostinho, Cristo falou em muitas moradas, na casa de meu Pai. Vamos ver! O que acho é que há um segundo (ou uma milionésima fração de segundo, a mínima que seja, na partida de cada ser um humano), que é a passagem para a vida, não para a outra a vida, mas para a vida, como diz Francisco, dos que creem! Totonho deve estar no Céu! Tinha bom coração!

É o que basta!