Luiz Bosco

Afeto e respeito entre professor e aluno

Uma relação respeitosa é obviamente necessária em qualquer âmbito da vida humana

Afeto e respeito entre professor e aluno

Publicado em: 07 de abril de 2022 às 17:51
Atualizado em: 09 de abril de 2022 às 04:50

A relação professor-aluno é aspecto essencial de qualquer trabalho que se proponha contribuir com a aprendizagem e com os processos educacionais, de maneira geral. O ponto que mais costuma ganhar destaque quanto a isso, e que frequentemente gera preocupação por parte das instituições de ensino, é a suposta necessidade de o alunado ter mais respeito em relação aos docentes. Uma relação respeitosa é obviamente necessária em qualquer âmbito da vida humana; a questão é identificarmos as demandas, as reais necessidades que perpassam as relações e estão afetando-as, produzindo vínculos marcados pelo desrespeito, ou até mesmo pela agressividade e violência.

O mais comum é que se pense essa relação apenas a partir desse respeito do aluno em relação ao professor, sem considerar que, como toda relação humana, esta também é carregada de afetividade, de expectativas, de receios, das experiências acumuladas ao longo da história dos indivíduos envolvidos e dos processos institucionais, pois estes colocam cada pessoa em uma posição e disso se espera que assumam determinado papel e apresentem comportamentos condizentes.

Infelizmente, do aluno se espera que se mantenha no papel de receptor passivo de conteúdos, sendo o silêncio o comportamento desejado na maior parte do tempo dentro da escola. Quando não apresenta esse comportamento, produz perturbações na relação com o professorado, sendo tomado por indisciplinado.

Parte das crianças e adolescentes se adapta a essa exigência, o que não quer dizer que ela seja condizente com suas necessidades; produz o modelo de vivência passiva da aprendizagem, bem como de obediência e submissão a padrões sociais e institucionais, que se repetirão por toda a vida.

Aqueles que não conseguem se adaptar pagam o preço de sofrerem sanções e não alcançarem posicionamentos sociais de maior destaque, podendo ficar relegados a categoria de "sub-cidadãos".

Pensarmos a relação professor-aluno precisa passar por essa crítica, para que não fiquemos reféns de expectativas imobilizantes, que veem apenas a necessidade de silêncio e obediência por parte dos alunos.

Dificuldades nessa relação podem vir da postura e atitudes do professor, bem como da indiferença em relação aos interesses, expectativas e questões emocionais dos alunos. Essa pontuação que faço não vai em direção a eximir o alunado de qualquer responsabilidade; a questão é lembrarmos de que se tratam de pessoas em formação, com necessidades emocionais e cognitivas peculiares, específicas para cada faixa etária, com seu próprio período de desenvolvimento. Ignorar isso é um grande erro, que produz imensas dificuldades para o ofício de ensinar.

Ensinar envolve estabelecer limites para quem aprende, mas isso não se confunde com exigir uma postura passiva, que passa por cima das peculiaridades individuais e que empobrece o vínculo entre professor e aluno, que pode ser cheio de vida, pleno de emoções, sem deixar de lado a aprendizagem e a transmissão de conteúdos, bem como o respeito.


Luiz Bosco

Luiz Bosco

Psicólogo (CRP 06/96910), Doutor em Psicologia pela Unesp. Escreve quinzenalmente. Contato: (14) 99850-0915


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