Publicado em: 24 de setembro de 2022 às 02:08
O Brasil que eu quero é um País que seja de todo mundo. Chega de ser um lugar de poucos, em que o dinheiro, o compadrio e os favores mandam. O moralismo e sua hipocrisia não são os verdadeiros representantes de nossa gigantesca diversidade social.
Basta dos discursos e atos que procuram exterminar as diferenças; que afirmam que homens bem-educados não namoram negras. Basta de avaliarem quando uma mulher “merece” ser estuprada, ou deve ficar quieta, ou só tem seu valor se for digna de um soldado assobiar para ela. Nenhuma mulher deveria ter medo de ser apalpada, à vista de todos, em um espaço de decisões que deveriam representar o povo.
Pessoas negras sendo avaliadas por arrobas deveriam ser coisa do passado escravocrata, mas estão presentes hoje. E palavras como essas são ditas em frente a descendentes daqueles que viveram o horror do Holocausto, como se a raiz do mal não fosse a mesma, o racismo, peste que assola nosso País e hoje se encontra muito bem representada.
Que nossa bandeira tenha todas as cores – menos a verde-oliva; que essa não retorne jamais. Voltemos a ser o País da carnavalização, maior e mais profundo que o comércio do carnaval. A carnavalização é a diluição das fronteiras entre classes sociais, chegando até mesmo à sua subversão. É o confronto ao conservadorismo, aos bons modos hipócritas. Voltemos às nossas tradições do humor que não perdoa os poderosos e abandonemos de vez o riso de hiena dos preconceituosos.
Vamos rezar aos santos e aos guias pelo País que nos presenteou com Chico Xavier e Padre Cícero, tantas crenças e seus representantes. Não permitamos que essa terra se torne propriedade de quem se aproveita da fé, nem seja o domínio de uma única religião.
O Brasil que eu quero é do trabalho dignamente remunerado para todo mundo que pode trabalhar; de renda digna para aqueles que não podem; de aposentadoria à altura para quem já passou uma vida dando seu esforço pela sociedade.
Um lugar em que voltemos a respeitar a vida, que compreendamos que ela não pode estar acima do dinheiro, ou da economia. Que a riqueza não fique acumulada nas mãos de poucos, nem seja tomada por potências estrangeiras. Que o suor do nosso trabalho não seja apenas para o acúmulo de alguns, mas para nosso próprio bem e alegria, para termos teto, roupa, alimento, proteção, água e tudo que precisamos para uma vida saudável, digna e em harmonia com a natureza.
Chega de queimarem a biodiversidade que temos em nome de um negócio que de pop, não tem nada. Nem com uma pandemia mortal aprendemos sobre o delicado equilíbrio da vida nesse planeta, mesmo estando em um país que poderia ensinar tanto ao mundo.
Todos querem o fim da corrupção, mas poucos falam das suas verdadeiras raízes: a sociedade capitalista e sua lógica de lucro a qualquer custo. De pouco adianta focar seu combate nas ações individuais, se há uma estrutura corrompida por si mesma. No fim das contas, falar do tema virou apenas um chavão na boca de quem quer enganar o povo, dizendo que, em seu governo, ninguém mais rouba.
Nessas eleições, vamos em busca do Brasil que queremos de verdade. O voto não é suficiente para mudarmos essa sociedade, mas é um passo importante, que não podemos deixar de dar.
Psicólogo (CRP 06/96910), Doutor em Psicologia pela Unesp. Escreve quinzenalmente. Contato: (14) 99850-0915
Previsão do tempo para: Quinta
Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com aguaceiros e tempestades com tendência na segunda metade do dia para Períodos nublados com chuva fraca
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