Luiz Bosco

Quem tem medo do Lula?

Coluna de Luiz Bosco

Quem tem medo do Lula?

Publicado em: 19 de novembro de 2022 às 20:18

O pânico moral meticulosamente construído pela extrema-direita no Brasil tem elementos diversos, que se atualizam constantemente. Com isso, o chamado “núcleo duro” do bolsonarismo, constituído por pessoas, grupos e empresas que o apoiam acima de qualquer laivo de razão, mantém-se ativo, alimentado pela mistura de ódio, paranoia e submissão, que caracteriza ideologias fascistas. Isso não quer dizer que todo eleitor do ainda presidente seja fascista: a maioria não faz parte desse núcleo e votou em Bolsonaro impulsionado pelo medo, por pressões diversas ou por um vago sentimento anticorrupção.

Fala-se nos mais diversos descalabros que ocorrerão no terceiro mandato do petista, o que não é novidade. Já na eleição Collor x Lula, alimentava-se o temor ao comunismo, chegando ao ponto de se espalhar que casas seriam tomadas pelo governo.

Fenômenos ideológicos não surgem por geração espontânea, nem são da ordem meramente individual. Dependem de condições concretas, geradas nas escaramuças das lutas de classes sociais, cujos interesses são antagônicos. Buscam sobrepujar essas lutas, gerando a ilusão de que dominados podem estar ao lado de dominadores.

Lula não é comunista, mas o fato de que, ainda assim, provoca tanto alvoroço, é digno de nota.

Os grupos econômicos que comandam o Brasil buscam mantê-lo em uma posição semelhante à de uma colônia. Dividem-se, nesse momento, entre aqueles que tentam impedir a posse de Lula e aqueles que fazem de tudo para o enquadrar em um projeto neoliberal.

Em comum têm a preocupação em manter o País em uma posição subalterna frente às potências, vendendo commodities a preços baixos, com pouca industrialização e mão de obra barata.

O medo que apresentam frente a programas sociais é que estes promovem alguma autonomia da massa trabalhadora, forçando melhores condições de trabalho. Quem não está desesperado para comer e ter tratamento médico, escolhe melhor como vai trabalhar e não aceita salários módicos.

A fórmula de Lula no passado foi essa, a do bem-estar social, com acesso ao consumo. Aí temos um ponto que assusta nossas classes médias, que têm pavor de se ver ao lado de um pobre em seu vôo para o Recife, parcelado em doze vezes. Preferem passar aperto, mas manter seu ar de privilegiada.

Lula não promoverá uma revolução que realmente emancipe o povo trabalhador, mas só o fato de ele expressar seu desejo por melhores condições de vida, já deixa os detentores do capital “nervosos”.

Parte do mundo, que não é bobo nem nada e sabe da necessidade de uma boa dose de políticas sociais e ambientais para frear o capital predatório, aplaude Lula da Silva que, sem nem ter tomado posse, já fez mais pelo Brasil do que fez em 4 anos um presidente agora melancólico, agindo como criança magoada, que permanece em silêncio.


Luiz Bosco

Luiz Bosco

Psicólogo (CRP 06/96910), Doutor em Psicologia pela Unesp. Escreve quinzenalmente. Contato: (14) 99850-0915


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