Maurício Ferreira: apaixonado por vinhos

Champagne x Espumante: Qual a diferença?

Coluna de Mauricio Azevedo Ferreira

Champagne x Espumante: Qual a diferença?

Publicado em: 10 de fevereiro de 2024 às 21:51

Muitos comentaram que brindariam a chegada do novo ano com Champagne. Sempre que ouço uma afirmação desse tipo, fico pensando se quem falou realmente sabe o que é Champagne, pois todo Champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um Champagne. Existe uma grande diferença!

O primeiro e mais importante ponto que devemos saber sobre Champagne é que se trata de uma “Denominação de Origem” francesa, chamada A.O.C. – “Appellation d’Origine Contrôlée” ou Apelação de Origem Controlada. Isso significa que Champagne é uma região demarcada que possui regras rígidas de produção, desde o vinhedo, passando pela vinificação até o engarrafamento. Portanto, somente pode receber no rótulo o nome de Champagne o espumante elaborado com as uvas autorizadas, são sete, desde que plantadas dentro da região demarcada, seguindo o limite máximo de rendimento por hectare e produzido segundo o Método Champenoise ou Tradicional, que será explicado a seguir. Curiosidade: A Champagne, no feminino, é a região. O Champagne, no masculino, é o vinho.

Pensando de forma reversa: todos os outros espumantes elaborados fora da região de Champagne, mesmo que com as mesmas uvas e seguindo o mesmo Método Tradicional, não podem receber no rótulo o nome Champagne.

Mas, afinal, o que torna um Champagne especial? A resposta é simples: o terroir. Destaco alguns pontos únicos: a localização geográfica, o clima e o solo proporcionam condições ímpares para a produção de um espumante de altíssima qualidade. O único ponto que pode ser copiado é o método de produção, chamado Clássico ou Tradicional. Portanto, se encontrar qualquer espumante cujo rótulo ou contrarrótulo tenha escrito Método Tradicional ou Método Clássico, significa que foi elaborado segundo o método de Champagne, mas não é um Champagne.

O que caracteriza os espumantes em geral são as borbulhas, que aparecem devido ao gás carbônico, o qual não é adicionado, mas surge devido à segunda fermentação do vinho já pronto. No método Champenoise, isto é, no método utilizado em Champagne, essa segunda fermentação ocorre dentro da garrafa. Quando os outros espumantes do mundo seguem esse método, não podem colocar no rótulo Champenoise, pois é uma marca registrada de Champagne, então usam no rótulo Método Tradicional ou Clássico. Outra possibilidade é realizar a segunda fermentação em grandes tanques de inox e engarrafar. Este seria o método Charmat, criado pelo italiano Federico Martinotti, razão pela qual esse método tanque é também chamado de Método Martinotti.

Se você é um consumidor atento ao mercado de vinhos, pode questionar: mas a vinícola brasileira Peterlongo produz um Champagne. A resposta é: “Sim e não!”

Realmente, a Peterlongo tem um espumante que leva estampado no seu rótulo a expressão Champagne. Ocorre que, anos antes do reconhecimento da Apelação Champagne na França, em 1920, a Peterlongo já usava essa expressão e, por isso,  conseguiu na Justiça Brasileira o direito de continuar a utilizar tal nome. Mas, tecnicamente, sob a ótica da Apelação Champagne, o espumante da Peterlongo não é um Champagne, pois é produzido fora da região demarcada.

Ambos, Champagne e espumante, devem ser servidos na temperatura entre 6 a 8 ºC. Essa é a temperatura mais baixa na qual se serve um vinho. É possível deixar a garrafa na geladeira até o momento de servir, mas não no freezer, pois isso dificultaria a extração da rolha. Um pouco antes de servir, coloque a garrafa em um balde ou recipiente adequado, adicione de ½ a 2/3 de gelo, acomode a garrafa e complete com água. Não use apenas gelo, pois há espaço de ar entre a garrafa e o gelo, o atua como isolante térmico. Diferentemente do ar, a água é um ótimo condutor térmico. Se quiser acelerar o processo, adicione uma colher de sopa de sal e uma xícara  de café de álcool.

É muito fácil abrir um Champagne ou Espumante. Primeiro, é necessário secar a garrafa e retirar o papel alumínio que recobre a rolha. Coloque uma das mãos sobre a rolha firmemente e não a retire. Solte os arames da gaiola sem retirar a mão. Coloque a garrafa na posição de 45º, segurando firme a rolha, gire o fundo da garrafa de maneira que a rolha saia lentamente, sem fazer barulho. Quando se faz barulho, perde-se gás carbônico e as deliciosas borbulhas. Mas, se o objetivo é fazer barulho e festejar, faça isso com um espumante baratinho.

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Quer saber mais sobre a diferença entre Champagne e espumante? Assista a este vídeo no meu canal Apaixonado por Vinhos: https://youtu.be/p2VVZzX_eAo


Maurício Ferreira: apaixonado por vinhos

Maurício Ferreira: apaixonado por vinhos

Por Mauricio Azevedo Ferreira, Promotor de Justiça aposentado que transformou uma paixão em atividade, dedicando-se ao ensino sobre vinhos. É responsável pelo conteúdo da página no Facebook, do perfil no Instagram e do canal do YouTube Apaixonado por Vinhos, além de ministrar cursos. É certificado pela WSET — Wine & Spirit Education Trust, nível 3, e FWS — French Wine Schollar.


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