O ex-ator Hercílio Lorenzetti em sua propriedade nos anos 2000
Publicado em: 13 de março de 2023 às 14:20
Atualizado em: 13 de março de 2023 às 18:10
Sérgio Fleury Moraes
Hercílio Lorenzetti, o primeiro ator de Santa Cruz do Rio Pardo a aparecer nas telas do cinema, faria 100 anos na próxima terça-feira, 14. Ele foi o marido de Vera Martha Ranke Lorenzetti, fundadora e primeira presidente da Apae. Hercílio abandonou a carreira artística para viver ao lado do grande amor de sua vida, com quem se casou aos 37 anos. Ela tinha 22 na época.
Filho do fazendeiro Enrico Plácido Lorenzetti, um dos homens mais ricos de Santa Cruz nas décadas de 1930 a 1960, quando fez fortuna com algodão e café, Hercílio queria ser engenheiro de aviação. É que, como o pai, era apaixonado por aviões — Enrico chegou a doar um avião para o antigo aeroclube de Santa Cruz.
No entanto, quando foi estudar em São Paulo, depois de se formar na antiga “Escola Normal” de Santa Cruz, a vocação artística começou a despertar forte. Ainda estudante, Hercílio estrelou o filme “Maconha”, uma produção que era uma advertência contra o uso da erva na época.
Com o fim da Segunda Guerra, Hercílio partiu para os Estados Unidos, com o objetivo de continuar os estudos de engenharia. Tinha apenas 23 anos e se encantou com o mundo do cinema. Definitivamente, o Brasil perdia um engenheiro.
Hercílio começou a conviver com grandes atores de Hollywood, inclusive a brasileira Carmem Miranda, e passou a acompanhar várias filmagens. Fez pequenas participações em filmes de atores famosos, o que hoje no cinema se chama “ponta”. Foi até um indígena num filme de faroeste, gênero que ele amava.
Vivia uma vida de glamour e luxo, cercado de mordomias. “O cinema também é uma engenharia”, costumava dizer, ao justificar o abandono do curso universitário.
Hercílio só voltou ao Brasil porque a mãe, Emma, ficou muito doente. Ela se recuperou, mas Hercílio retomou a carreira de ator em terras brasileiras.
Nos anos 1950, estrelou “Da Terra Nasce o Ódio”, “Fugitivos da Vida” e “Mocidade Perdida”. No segundo, sofreu um acidente durante uma cena e quebrou o tornozelo, mas insistiu em continuar atuando até o final das filmagens.
O filme considerado mais marcante pela mídia na época foi “Da Terra Nasce o Ódio”, um faroeste “caipira” em que faz parceria com o ator Maurício Morey, seu amigo pessoal na época. A produção de 1954 foi exibida no cinema de Santa Cruz do Rio Pardo no início dos anos 1990, quando Hercílio foi homenageado na “Calçada da Fama”. Durante o evento, Maurício Morey, de quem Hercílio não tinha notícias havia anos, apareceu de surpresa.
O santa-cruzense já era amigo de artistas como Lima Duarte, Nair Bello, Dick Farney, Grande Otelo e outros quando sua vida mudou. Ele já tinha sido noivo várias vezes, mas sempre desistia do casamento. Porém, no final da década de 1950, Hercílio conheceu Vera Ranke na casa de um amigo.
Foi amor à primeira vista. Hercílio abandonou a promissora carreira e resolveu viver ao lado de sua amada Vera. Tiveram quatro filhos e durante anos ele recusou seguidamente convites para voltar ao cinema, inclusive um para dirigir a antiga “Vera Cruz”, um estúdio famoso de cinema que já enfrentava uma crise financeira.
Hercílio, enfim, se tornou fazendeiro, vivendo o resto de sua vida numa propriedade rural cercada de muito verde, pássaros e tranquilidade. Ele morreu em 2010.
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