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Bailarina de Santa Cruz do Rio Pardo quer ensinar dança às crianças de Uganda

Bailarina de Santa Cruz do Rio Pardo quer ensinar dança às crianças de Uganda

Publicado em: 19 de fevereiro de 2021 às 12:57
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 03:28

A santa-cruzense Ariany Domingos resolveu promover uma ‘vaquinha’ online para viajar a Uganda, na África, em agosto

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Ariany Madalena Domingos, 30, conseguiu realizar um antigo sonho de infância e se tornou bailarina. Hoje, surgiu outro: passar dias em Uganda, um país pobre da África, para ensinar balé e dança para crianças daquela nação. Ela já se inscreveu em projetos e busca recursos, que pretende obter através de uma “vaquinha” num site específico na internet. Além disso, vai gastar as economias de anos.

Professora de dança formada pela FIO de Ourinhos, na área de artes visuais, Ariany integra o elenco do Balé Municipal que já conquistou muitos prêmios internacionais, inclusive na Argentina com a coreografia “Parintins”.

No momento, entretanto, ela precisou se adaptar à pandemia e se tornou especialista em estética. Atualmente ela faz graduação em Estética e fez vários cursos livres de massagens ou cuidados com a pele. “É minha área atuante por conta da paralisação do balé”, disse.

 

 

NO PALCO — Ariany (à direita) se apresentando como bailarina do Balé Municipal de Santa Cruz (Foto: Fernanda Botelho)

 


O amor pela dança começou na infância, quando vivia saltitando pela casa. “Mas eu comecei tarde, com os professores Benjamim e Marlene Miranda. Eu frequentava a academia da professora Guiomar Scucuglia e entrei na escola municipal de bailado. E não parei mais”, lembrou.

“Tarde” no balé significa um início aos dez anos. Foi a realização do primeiro grande sonho que transformou Ariany em professora de dança. Ela fez vários cursos de aperfeiçoamento e se aprimou em tipos diferentes de danças, como contemporânea, forró, sertaneja e até tango.

“Minha melhor área é o balé infantil, mas também atuo na dança de salão, especialmente para idosos”, contou. Ariany conta que alguns casais pediram aulas para aprender exclusivamente o tango. “Era o sonho de vida deles. É uma dança bonita e sensual, mas requer muita coordenação motora”, explicou.

Como bailarina, claro que Ariany admite que uma viagem exuberante seria para Paris, um dos centros mundiais do balé. O maior é a Rússia. No entanto, alguma coisa tocou no coração da bailarina para que ela executasse um projeto social num país africano.

Desde então, Ariany Domingos procurou informações na internet e encontrou uma empresa que possibilita a realização deste sonho. A agência cadastra pessoas através de projetos sociais para países pobres. Claro que a santa-cruzense escolheu ensinar balé às crianças africanas.

É muito provável que, caso a viagem seja viabilizada financeiramente, Ariany vai encontrar crianças que nunca ouviram sequer falar em balé.

Além de ser um dos países mais pobres da África e antiga colônia da Inglaterra, Uganda foi devastada por violentas guerras civis e ditaduras militares. Uma das mais sangrentas foi a do general Idi Amin Dada, que durou quase uma década e foi tema de música de Raul Seixas e um filme estadudinense.

Calcula-se que, hoje, pelo menos uma em cada quatro famílias tenha um órfão devido à guerra, à miséria ou doenças.

Claro que, ainda assim, existem atividades culturais em Uganda, principalmente de projetos financiados por outros países. Mas eles geralmente incentivam as danças tradicionais do próprio país, que por sinal são exuberantes.

Ariany Domingos sabe que vai encontrar um cenário totalmente diferente na África. “Na verdade, há muito tempo eu desejo viajar para aquele continente. Mas não necessariamente para a África do Sul, pois já é um país relativamente desenvolvido. Quero mesmo é conhecer um país pobre, trabalhar com crianças carentes”, diz.

Segundo a bailarina, os ensinamentos não se restringem aos movimentos. “A dança transforma a vida das pessoas, muda o caráter e ensina a disciplina. Acho que em Uganda eu poderia fazer um trabalho humanitário envolvendo a dança. Sinto que é um trabalho que vai se estender à família da criança”, afirmou.

 

 

 

 

A bailarina aposta na viabilização da viagem à África

 


Se vingar, a viagem será de apenas dez dias, período no qual a professora vai se desdobrar para ensinar balé. Ela sabe que é um estadia muito curta, mas lembra que o dinheiro também é. “Acho que vai dar para iniciar um sonho na cabecinha delas, começar aquela magia do balé”, diz. “Enfim, creio que posso plantar uma semente da arte em Uganda”.

A empresa na qual Ariany se inscreveu possui o cadastro de famílias de Uganda que se dispõem a receber pessoas de outros países. Neste caso, a santa-cruzense terá a hospedagem garantida, além de três refeições, treinamentos e guia. “Mas é claro que vou pisar no chão bruto ou ter alguma dificuldade com alimentação. Sinceramente, isto não me preocupa”, garante.

O problema, insiste, ainda é arrecadar doações para a viagem. Ariany inscreveu seu “Projeto Voluntário de Balé na Uganda” no site “vakinha.com.br”, com a meta de conseguir R$ 5 mil. Com as próprias economias, ela pretende levar material, como sapatilhas e meias. “O problema mesmo é a passagem”, disse.

Além disso, Ariany disse que pretende engordar um pouco antes da viagem. Ela é magra desde a infância, mas diz que o balé requer massa muscular e força física.

Ao contrário da maioria das mulheres, Ariany diz que perde peso muito facilmente. “Espero ganhar uns cinco quilos até agosto. Nesta pandemia engordei um quilo, mas perdi mais andando de bicicleta”, conta. Hoje, a bailarina pesa 41 quilos. “É engraçado porque as amigas dizem que têm inveja disso”, diz, rindo.

A bailarina já está providenciando o passaporte e aguarda ansiosamente a vacina contra a covid-19, um dos requisitos para a viagem ser autorizada. “Eu tenho muita esperança de conseguir os recursos e fazer a viagem. Será uma oportunidade de fazer alguma coisa pelas crianças pobres de Uganda. Tenho certeza que será uma missão não apenas minha, mas para muitas famílias daquele país”, afirma.



Para contribuir:

Clique abaixo e entre no site

http://vaka.me/144150

 

 

 

 




     
  • Publicado na edição impressa de 14 de fevereiro de 2021



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