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Região vai ganhar mais hidrelétricas

Região vai ganhar mais hidrelétricas

Publicado em: 17 de junho de 2001 às 00:11
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 09:13

hidroO Vale do Paranapanema na região de Ourinhos, num raio de 100 km, concentra o maior número de hidrelétricas do estado. Algumas chegam a ficar a uma distância média de 10 km a 30 km uma da outra. A capacidade instalada é 2.307 MW distribuídos por 8 usinas. Esse potencial vai ser ampliado para 124 MW com a construção de mais duas hidrelétricas. Em tempos de apagão, a região é espécie de “mina de ouro” de geração de energia elétrica.

Mesmo cercada de usinas, a região enfrenta racionamento. A energia produzida é interligada à rede de transmissão nacional, ou seja, tudo que é gerado é abastecido para outras partes do país e estados vizinhos.

Os novos empreendimentos serão construídos perto de outras represas já existentes. A hidrelétrica de Piraju será no salto Dr. Simão, a 10 km da outra hidrelétrica da Companhia Luz e Força, principal cartão postal de Piraju batizada de UHE Paranapanema de 32 MW. Ela vai continuar em operação. É a mais antiga, construída em 1936.

A hidrelétrica de Ourinhos foi projetada entre as represas de Chavantes e Salto Grande na divisa do Paraná. Não é projeto recente. Desde a década de 60 havia estudos de aproveitar o desnível existente na região conhecida como “Paredão”. O rio Paranapanema no tupi-guarani significa “grande rio improdutivo” por não ser piscoso, mas se revelou importante para geração de energia. O traçado sinuoso que começa nas encostas da serra de Paranapiacaba até a barragem de Chavantes tem vários desníveis d’água que foram aproveitados para geração de energia com o represamento.

Dos novos investimentos, o mais avançado é a hidrelétrica de Piraju, pertencente à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) do grupo Votorantim do empresário Antonio Ermírio de Moraes.

Ela vai gerar 80 MW— suficiente para abastecer 400 mil habitantes. A capacidade supera 60% da hidrelétrica Paranapanema da Companhia Santa Cruz de Piraju, do mesmo grupo Votorantim. Só perde em produção para Jurumirim, que fica 30 km rio acima na divisa com Cerqueira César. A obra está na fase de infra-estrutura. A barragem de 600 metros de comprimento e 34 metros de altura está sendo erguida. O rio vai ser desviado para construção da barragem. A CBA desenvolve 21 projetos de meio ambiente.

Quando concluída, Piraju vai produzir em média 400.000 MWh/ano. Se não houver atraso a usina entra em operação no final de 2002.

Quando concluída, a hidrelétrica vai inundar 30 km2 a maior parte área de várzea. Há projetos de monitoramento sismológico, de controle de processos degradacionais, arqueológicos, reflorestamento com espécies nativas, entre outros.

A atual hidrelétrica em construção foi um dos três projetos de exploração do potencial hidrelétrico do Paranapanema, segundo o engenheiro Eurico Pires Neto.

A barragem no salto Dr. Simão foi de menor impacto ao meio ambiente. Os outros dois projetos foram deixados de lado. Um deles previa a construção de túnel, canalizando parte do rio. Eles eram considerados de forte impacto ao meio ambiente.

Em fase de execução — O segundo aproveitamento é a hidrelétrica de Ourinhos, que já devia estar em obras, mas a pendência com dois municípios paranaenses atrasou o início da obra. O consórcio aguarda a licença de implantação que deve ser expedido pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Ibama.

O documento só será emitido se houver concordância da comunidade e das prefeituras. Na última quarta-feira, técnicos da Ourinhos Energia participaram de audiência pública em Jacarezinho (PR) para dirimir as últimas dúvidas com as autoridades municipais e moradores de Jacarezinho.

O prefeito de Ribeirão Claro, Mario Augusto Pereira (PTB), informou na última semana que não há mais obstáculos para a construção da usina de Ourinhos.

De acordo com o petebista, a empresa concordou em construir escada de peixe, unidades de lazer para cada um dos municípios que vão ter terras alagadas e áreas de preservação permanente.

Uma nova ponte será construída próxima do Porto do Gil, à jusante da ponte pênsil. “Houve concordância de todos os municípios e beneficiará Ourinhos. Com a pavimentação da vicinal entre Ribeirão Claro a Carlopólis, aumentará o fluxo e beneficiará o comércio ourinhense”, declarou.

Os municípios paranaenses condicionaram que seja contratado um percentual de trabalhadores calculado de acordo com as áreas alagadas. “Do total de empregos previstos, vamos calcular o total de área alagada para saber o percentual de cada município. Os empregados vão ser contratados por indicação dos municípios atingidos”, explicou.

Ribeirão Claro terá a maior área alagada (37%) em comparação aos demais municípios. O prefeito de Jacarezinho, José Antonio Oliveira (PTB), disse que a Ourinhos Energia se comprometeu a dar uma compensação financeira. A quantia será definida com base no custo de uma ponte que será construída entre Ribeirão Claro e Chavantes. Com o dinheiro, o município pretende investir em algum tipo de obra social. “O Brasil está precisando de energia, não tem como ser contra”, declarou o prefeito de Jacarezinho.

O assessor de imprensa da prefeitura de Jacarezinho, Homero Pavan, disse que a cidade não é contra a obra. “Temos que ouvir a comunidade e saber todos os detalhes do impacto ambiental”, declarou.

Licitação — A hidrelétrica é uma concessão do governo que escolheu através de licitação o consórcio formado pelas construtoras Gomes Lourenço e Augusto Velloso para construção da obra. A Ourinhos Energia é formada pelas empresas Tejofran de Saneamento e Serviços e Telar Engenharia e Comércio. A usina deverá gerar um faturamento próximo de R$ 1 milhão ao mês. O custo total da obra está orçado em R$ 70 milhões.

Os dois empreendimentos são exemplos claros da demora do governo em investir na ampliação da capacidade instalada.

As duas novas hidrelétricas, previstas para entrar em funcionamento dentro de dois anos, ampliarão o potencial de geração para 124 MW, suficientes para abastecer uma população de 1 milhão de pessoas. A sua construção ocorre 30 anos depois que a antiga Usinas Elétricas do Paranapanema S.A (Uselpa) optou pela construção de Salto Grande em 1960 e a de Chavantes em 1971 com potência instalada de 414 MW, funcionando na divisa do Paraná. Ela possui 4 turbinas Francis. A usina Lucas Nogueira Garcez, de Salto Grande, foi construída no antigo “canal de inferno” — declive geográfico — com potência instalada de 74 MW e reservatório de 12 km2.

As antigas hidrelétricas da Cesp foram privatizadas em janeiro de 1999. A empresa norte-americana Duke Energy International, subsidiária da Duke Energy, venceu o leilão de aquisição da Companhia de Geração de Energia Elétrica Paranapanema. Oito usinas compõem o conjunto de operação da Duke.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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