POLÍCIA

‘Pix’ levou polícia a prender suposto mandante do crime que matou travesti

Transferência bancária feita por Alessandro Oliveira Zaia a um homem preso em Hortolândia e suspeito de ter atirado no travesti em abril apontaram para o provável mandante do crime

‘Pix’ levou polícia a prender suposto mandante do crime que matou travesti

Empresário Alessandro Oliveira Zaia, 50, suspeito de ser o mandante do crime, se entregou à polícia

Publicado em: 13 de julho de 2023 às 00:29

Sérgio Fleury Moraes

 

A Polícia Civil prendeu na quinta-feira, 6, o empresário Alessandro Oliveira Zaia, 50, conhecido como “Lê Zaia”, suspeito de ser o mandante do assassinato do travesti José Antônio Pereira da Silva Filho, conhecido por “Mimi”. O crime aconteceu em abril, quando a vítima foi encontrada dentro de um carro na avenida Rosa Pereira Nantes, em Santa Cruz do Rio Pardo. Ela levou cinco tiros nas costas.

Apesar das poucas provas, uma vez que o local não tinha imagens de monitoramento, a Polícia Civil conseguiu identificar dois suspeitos semanas após o crime. Um deles, Rafael Aparecido da Silva, 30, estava preso havia alguns dias, pelo crime de tráfico de drogas, e seria o piloto da motocicleta que levou o atirador até a avenida Rosa Nantes em abril.

O segundo suspeito é Willian Alves Feitosa César, 32, que teria desferido os cinco tiros na travesti. Ele foi localizado e preso no município de Hortolândia, na região de Campinas. Estava num condomínio particular e foi capturado por policiais de Santa Cruz do Rio Pardo.

Faltava, porém, a prisão do suposto mandante do crime. A Polícia Civil descobriu que havia transferências bancárias de grande vulto para a conta de Willian, feitas pelo empresário Alessandro Zaia. Uma delas, diretamente na conta de Willian, foi de R$ 45 mil. Há vários outros depósitos, inclusive em contas de terceiros, supostamente “laranjas”.

 

O empresário “Lê” Zaia está na penitenciária de Pirajuí

 

As investigações apontaram que o crime pode ter sido encomendado por Zaia e o pagamento girou em torno de R$ 150 mil.

A prisão temporária do empresário foi decretada no início do mês pelo juiz Pedro de Castro e Sousa. No entanto, ele estava foragido, provavelmente escondido numa propriedade da família no estado do Mato Grosso.

Nos últimos dias, houve uma negociação dos advogados de Zaia para que o empresário pudesse se entregar. O local escolhido foi o 1º Distrito Policial de Ourinhos, para que não houvesse nenhum tipo de clamor popular em Santa Cruz do Rio Pardo. No momento da apresentação, o suspeito estava acompanhado dos advogados Celso Sanchez Vilardi, de São Paulo, e Evandro Scudeler, de Santa Cruz.

 

José Antônio, a travesti “Mimi”, tinha 45 anos e foi morta a tiros

 

O celular do empresário foi entregue pelos advogados e apreendido pela Polícia Civil. Segundo informações, Alessandro Zaia nega participação no crime, mas admite que era vítima de chantagem por parte de “algumas pessoas”. Chamou a atenção o fato de o empresário se referir aos autores da suposta extorsão no plural.

O suspeito passou por uma audiência de custódia no final da tarde de sexta-feira, 7, e a prisão foi mantida. Ele foi levado para a penitenciária de Pirajuí/SP. A reportagem não teve acesso às possíveis declarações do empresário durante a audiência.

 

Um dos suspeitos, tido como o atirador, foi preso em Hortolândia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

 

No momento da prisão, Alessandro deixou de prestar declarações porque a Polícia Civil ainda aguarda informações da quebra dos sigilos bancários e telefônicos, além da oitiva de testemunhas que estão sendo mantidas em segredo.

O crime e a prisão dos envolvidos teve uma imensa repercussão não apenas em Santa Cruz do Rio Pardo. É que a família de Alessandro Zaia é proprietária da “Solito Alimentos”, uma das maiores indústrias de beneficiamento de arroz, que também possui uma outra unidade, fabricante de alimentos para cães e gatos.

 

O delegado Valdir Alves de Oliveira liderou a equipe da Polícia Civil que investigou o assassinato 

 

As investigações da Polícia Civil apuraram que havia uma ligação entre Alessandro e “Mimi”, com um histórico de ameaças e até de extorsão.

A prisão temporária, confirmada na audiência de custódia, tem duração de 30 dias. Geralmente este tipo de prisão é por cinco dias, renovável por igual período. Entretanto, em crimes considerados hediondos o prazo é ampliado para 30 dias, prorrogáveis por igual período se necessário. Durante este tempo, a Polícia Civil fará a coleta de provas sobre o caso.

Se forem colhidos indícios fortes de que Alessandro Zaia teve participação direta no homicídio, a Justiça poderá decretar a prisão preventiva. Neste caso, não há prazo fixado em lei e a prisão preventiva pode durar meses ou até anos. Os suspeitos deverão responder ao crime mediante julgamento por um Tribunal do Júri.

A travesti “Mimi” tinha 45 anos e foi encontrada morta na noite de 18 de abril. O corpo dela estava num Fiat Pálio estacionado na avenida Rosa Pereira Nantes, em Santa Cruz. Na ocasião, o Samu foi acionado por populares, mas a morte de José Antônio foi confirmada pelos paramédicos. Ela levou pelo menos cinco tiros nas costas.

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