Justiça aceita denúncia contra 3 envolvidos na morte de travesti

A Justiça de Santa Cruz do Rio Pardo aceitou a denúncia criminal do Ministério Público e tornou réus os três homens envolvidos no assassinato da travesti José Antônio Pereira da Silva Filho, 45, a “Mimi”. O crime aconteceu em abril e desvendado em julho após uma intensa investigação da Polícia Civil.

Willian Alves Feitosa César, 32, é tido como aquele que efetuou cinco disparos nas costas de “Mimi” no dia 18 de abril, quando a travesti estava num Fiat Pálio na avenida Rosa Pereira Nantes, nas proximidades do Jardim São João. Ele foi preso em julho num condomínio particular na cidade de Hortolândia e foi denunciado por homicídio qualificado.

A polícia descobriu que Rafael Aparecido da Silva, 30, era o piloto da motocicleta que levou Willian até o local do crime. Ele já estava preso desde junho, mas por outro crime relacionado ao tráfico de drogas. Agora também vai responder por homicídio qualificado.

Alessandro Oliveira Zaia, o “Lê” Zaia, é suspeito de ser o mandante do crime e foi denunciado por homicídio simples. Ele chegou a ser preso, mas ganhou liberdade menos de um mês depois graças a um habeas corpus. Segundo consta, havia um histórico de extorsão e ameaças entre Alessandro e a travesti.

Na semana passada, a polícia conseguiu a conversão de prisão de Willian e Rafael de temporária para preventiva. Entretanto, a prisão de “Lê” Zaia foi negada pela Justiça.

As investigações do assassinato foram complicadas, uma vez que não havia indícios sobre a autoria do crime. No local do crime, não foram encontradas câmeras de monitoramento. Aos poucos, porém, a Polícia Civil acabou desvendando todo o crime, ao descobrir que o empresário Alessandro Zaia transferiu grandes valores a Willian Feitosa. Algumas transferências foram feitas via pix bancário.

Com o recebimento da denúncia, o processo criminal vai prosseguir, com a indicação de testemunhas e início das audiências. É muito provável que o Ministério Público solicite que os réus sejam submetidos ao Tribunal do Júri.