DEMISSÃO — Atitude ofensiva contra vereador provocou a demissão do diretor João Marcelo Santos
Publicado em: 05 de dezembro de 2023 às 19:23
Atualizado em: 09 de dezembro de 2023 às 20:32
Sérgio Fleury Moraes
O ex-vereador João Marcelo Santos foi exonerado do cargo de diretor administrativo-financeiro da autarquia Codesan. A decisão foi tomada na quarta-feira, 29, após uma crise que durou 17 dias e começou quando o diretor ofendeu o vereador Juninho Souza (Republicanos) e ainda tentou intimidá-lo indo ao recinto da Câmara durante um discurso do parlamentar.
Apesar da decisão, João Marcelo Santos ainda continua no cargo até expirar um atestado médico por uma lesão na mão. A licença deve durar 15 dias a partir de sua concessão. O “Semanário Oficial” desta semana trouxe uma publicação do dia 27 de novembro assinada pelo diretor João Marcelo, dois dias antes da demissão ser anunciada. Isto significa que o atestado médico deve ter sido apresentado no dia seguinte, 28. Neste caso, só vence no meio de dezembro.
A decisão de conceder licença médica é controvertida, uma vez que João Marcelo ocupa cargo comissionado – que é demissível a qualquer momento. Já houve um caso polêmico na administração quando uma secretária grávida foi demitida no governo de Otacílio Parras, que seguiu recomendação da Procuradoria Jurídica. No entanto, neste caso específico, a Justiça deu ganho de causa à ex-secretária porque há jurisprudência no sentido de proteção à vida. Este benefício não se aplica ao diretor João Marcelo.
A exoneração do diretor era previsível. Na noite do último dia 13, quando estava em sua casa, João Marcelo Santos se irritou com um discurso de Juninho Souza na Câmara e mandou mensagens ofensivas ao vereador. O diretor chamou o parlamentar de “analfabeto”, disse que ele precisava estudar e pediu que Juninho “lavasse sua boca suja” antes de citar seu nome.
Não satisfeito, João Marcelo foi à Câmara, entrando no recinto no exato instante em que Juninho usava a tribuna para denunciar as ofensas. O diretor tentou bater boca com o vereador, mas foi advertido pelo presidente da Câmara. Depois, João Marcelo se sentou no auditório e fez um gesto ofensivo contra Juninho, Souza, insinuando ato de “roubar”.
João Marcelo se defendeu alegando estar “dopado” com medicamentos naquela noite, mas admitiu que agiu mal.
O fato provocou críticas até do prefeito Diego Singolani, que censurou a atitude do diretor da autarquia. Porém, num primeiro momento, o prefeito disse que delegaria ao grupo político a decisão sobre a possível exoneração de João Marcelo. O grupo, ao que se sabe, se dividiu.
Entretanto, a demora na decisão provocou um mal-estar entre apoiadores do prefeito que defendiam a demissão. Diego chegou a sugerir que temia uma “debandada” do diretor da Codesan para o grupo de Otacílio Parras, caso fosse demitido.
Na segunda-feira, 27, a demissão do diretor foi tida como certa até pelo vereador Juninho Souza. Ele retirou um requerimento em que pedia informações sobre o diretor da autarquia depois de se reunir, horas antes, com o prefeito Diego Singolani. Segundo Juninho, o chefe do Executivo disse que João Marcelo seria demitido.
Dois dias depois, a informação da secretaria de Comunicação do governo foi a de que o diretor da Codesan pediu para ser exonerado. João Marcelo chegou a afirmar, em mensagem encaminhada à rádio 104 FM, que não podia deixar “este fardo nas costas do prefeito”. O ex-vereador garantiu que vai, inclusive, apoiar Diego nas eleições do próximo ano.
Na quinta-feira, 30, em entrevista à rádio 104 FM, o prefeito justificou a demora, admitindo uma questão política. Diego disse que precisava ter a certeza de que Juninho Souza pedia a exoneração de João Marcelo porque realmente se sentiu ofendido. Ele explicou que analisava várias hipóteses, incluindo uma hipotética “jogada eleitoral” em que o vereador estaria num mesmo palanque de João Marcelo no próximo ano.
“A gente nunca espera que uma situação dessas aconteça e o João Marcelo errou drasticamente. Mas eu precisava analisar a questão técnica, com licitações e decisões acontecendo na Codesan, e a política. Queria tirar esta dúvida, se esta era uma questão de ofensa ou de manipulação política”, explicou. “Eu precisava desta resposta. Afinal, a política existe por trás das coisas”, disse.
João Marcelo Santos foi vereador entre 2017 e 2020, mas não se reelegeu nas últimas eleições. No entanto, como primeiro suplente do PSD, tomou posse após o afastamento do vereador Adriano Campanha, que assumiu a secretaria de Esportes. Depois, foi convidado pelo prefeito para ser um dos diretores da autarquia Codesan e, para cumprir a lei, renunciou ao mandato de vereador. Sua cadeira foi ocupada pela vereadora Roseane Freitas (PSD). João Marcelo é presidente do Icaiçara Clube há anos.
Após a demissão de João Marcelo Santos, o vereador Juninho Souza, o principal opositor do governo na Câmara, fez um elogio público a Diego Singolani. “O prefeito cumpriu sua palavra”.
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