Publicado em: 10 de abril de 2021 às 04:26
Atualizado em: 10 de abril de 2021 às 02:43
André Fleury Moraes
As contas do exercício de 2017 do prefeito de Chavantes Márcio Burguinha (PSDB) serão votadas no próximo dia 19 na Câmara do município. O Tribunal de contas deu parecer contrário à aprovação — mas a palavra final cabe aos vereadores. O caso é novo impasse para o prefeito tucano, já que ele pode ficar inelegível pelos próximos oito anos em caso de rejeição.
Burguinha enfrenta desgaste com a Câmara há pouco mais de um mês, mas pode tentar costurar um acordo a fim de evitar a cassação de seu registro em novas eleições.
O tucano mal começou o segundo mandato e chegou a ser afastado por decisão da Câmara, que instaurou uma comissão processante para apurar suposta manipulação de cotações e pareceres.
Posteriormente, no entanto, conseguiu retomar o cargo após decisão judicial.
Não há mais recursos ao Tribunal de Contas para nova análise sobre as contas do exercício de 2017 — primeiro ano de Burguinha como prefeito do município. Em outubro passado ele já havia apresentado pedido de reexame, mas o TCE negou provimento ao recurso.
O entendimento, de qualquer forma, não foi unânime. Uma conselheira chegou a apontar que houve evolução no erário de Chavantes durante o ano em que Burguinha assumiu, mas os demais — inclusive o relator — tiveram outro entendimento.
O parecer técnico feito há três anos apontou uma série de falhas nas contas de Chavantes de 2017. Entre elas o elevado percentual de alteração no orçamento sem justificativa plausível, como superávit ou excesso de arrecadação. O próprio resultado financeiro do município naquele ano foi deficitário.
Também pesou o fato de que a administração extrapolou do limite de gastos com pessoal em todos os quadrimestres do ano.
Além disso, constatou-se que há cargos em comissão cujas atribuições são exclusivas a concursados.
O relatório também apontou falta de planejamento orçamentário do município, que não tinha recursos para pagar dívidas de curto prazo e atraso no recolhimento de encargos — fato que aumentou ainda mais a dívida em razão de juros e multas.
O DEBATE entrou em contato com o prefeito na tarde da última quinta-feira, 8, mas não obteve resposta
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