Ministério Público de Piraju exige exoneração de diretor

Sérgio Fleury Moraes

O MINISTÉRIO PÚBLICO de Piraju recomendou ao prefeito José Maria Costa a exoneração imediata do diretor de Administração Paulo Donizeti Sara, considerado o “homem forte” da atual administração. Ele autorizou a cessão de um ônibus da prefeitura para que a Miss Piraju e uma “comitiva” fossem transportadas até a capital para participar do concurso particular “Miss São Paulo CNB”. O fato aconteceu em 2018 e foi investigado num inquérito civil do MP.

A decisão do promotor substituto Francisco Antonio Nieri Mattosinho foi encaminhada ao prefeito. Este, porém, já anunciou que vai recusar a recomendação. “Zé” Costa, segundo advertiu o promotor, pode ser acionado, juntamente com o diretor, em ação civil pública por improbidade.

Paulo Sara é tido como virtual candidato do grupo nas eleições de 2024. Além de ser o mais próximo do prefeito na administração, ele é o dono “oculto” do jornal “Observador”, que há dois anos teve o sigilo quebrado por supostamente ser usado para pagamento de propina ao prefeito por uma empresa de ônibus circular.

Sara foi responsabilizado pela irregularidade numa sindicância interna da prefeitura. O prefeito, porém, se limitou a notificar o diretor para devolver os valores gastos na viagem. Sara, então, fez o depósito em valores corrigidos do abastecimento do veículo e da diária especial paga ao motorista da prefeitura.

O MP, entretanto, também investigou o caso e propôs um acordo a Paulo Sara, que o recusou. Entretanto, uma lei municipal determina a exonereação de servidores que tenham praticado atos dolosos de improbidade administrativa.

Na recomendação datada de 28 de junho, o promotor deu prazo de 48 horas para a exoneração de Sara, sob pena do ajuizamento de ação civil pública contra os responsáveis.

O prefeito José Costa, reeleito em 2020, só tomou posse após livrar-se de uma impugnação na Justiça Eleitoral.