SOCIEDADE

Projeto estimula a leitura com uma ‘Casa de Livros’

Gráfica Viena e parceiros disponibilizam livros em ‘casinhas’ espalhadas pela cidade

Projeto estimula a leitura com uma ‘Casa de Livros’

Um das "casinhas" instalada na praça dos Expedicionários, no centro de Santa Cruz do Rio Pardo

Publicado em: 30 de agosto de 2023 às 17:57

Sérgio Fleury Moraes

 

Num mundo em que a leitura apresenta queda a cada ano, nada como estimulá-la, levando conhecimento à população de uma forma gratuita e ousada. Este é o projeto “Casa de Livros”, implantada pela Gráfica Viena, de Santa Cruz do Rio Pardo, em parceria com a Prefeitura Municipal e o “Projeto Primavera”, comandado por Vera Quagliato.

A iniciativa, segundo Wellington da Silva Rehder, CEO da Gráfica Viena, tem surpreendido pela busca de livros e até pelo fato de a própria população estar reabastecendo as “casinhas”. O projeto é inspirado em movimentos educacionais semelhantes que existem em países da Europa. No Brasil, já existe em vários municípios, mas é inédito em Santa Cruz do Rio Pardo.

 

“Casinha” instalada em frente à Igreja de São José, é aquela mais procurada para a retirada de livros

 

A ideia é simples e criativa. Várias “casinhas” são implantadas em pontos estratégicos, como praças ou locais públicos, e abastecidas com livros. A construção é resistente à chuva e ao sol, com uma porta de vidro. Qualquer pessoa pode pegar ou deixar um livro. Não é preciso devolver, mas pede-se que a pessoa também colabore, colocando na “casinha” um livro usado. Tudo é gratuito.

Wellington conseguiu o apoio do “Projeto Primavera”, de Vera Quagliato, que desde 2012 implanta bibliotecas em escolas, creches, hospitais, entidades e centros culturais pelo Brasil. A Viena há muitos anos é parceira do “Primavera” e, desta vez, foi Vera quem cedeu os primeiros livros para a “Casa de Livros”.

 

Wellington Rehder, CEO da Gráfica Viena: resultados são animadores

 

O projeto também teve o apoio da Abigraf – Associação Brasileira da Indústria Gráfica – e da prefeitura de Santa Cruz, que cedeu o espaço em praças e ajudou na fixação das “casinhas”.

A primeira unidade foi instalada na Praça dos Expedicionários, revitalizada e reinaugurada em janeiro deste ano. “Ficou bom e resolvemos melhorar”, conta Wellington. As outras “casinhas” foram feitas pela indústria Trimetal, de Santa Cruz do Rio Pardo.

 

Uma das unidades instaladas em frente ao prédio da Câmara, onde há bancos e wi-fi gratuito

 

O último passo foi mostrar o projeto ao prefeito Diego Singolani (PSD) e à secretária de Cultura Renata Sartori de Araújo. Com tudo aprovado e a prefeitura determinando os melhores locais, as unidades começaram a se espalhar por Santa Cruz do Rio Pardo.

A Câmara Municipal, por exemplo, que possui uma pequena praça na frente do prédio, com a disponibilização gratuita de sinal “wi-fi” de internet, autorizou a implantação de uma das “casinhas”.

Hoje, além da Praça dos Expedicionários e o prédio da Câmara, existem “casinhas” na praça da Igreja São José, no Parque das Nações (em frente à Unidade Básica de Saúde) e na praça do Jardim Santana.

As regras da “Casa de Livros” são simples e estão estampadas em cada unidade. “Queremos que a população faça parte do projeto. São três regras básicas, como escolher um livro para ler e levar para casa. A pessoa também pode colocar um livro em qualquer uma das casinhas. Por último, nos ajudar para manter a casinha organizada e limpa”, diz Wellington.

Em todas as “casinhas”, há um “QR Code” que permite ao usuário ter acesso a um formulário para comentar, criticar ou solicitar reposição de livros. Não é preciso se identificar.

O projeto já tem 90 dias e o impressionante é que não houve qualquer ato de vandalismo. “Pelo contrário. A primeira casinha apresentou problema numa borracha, que estava se soltando, mas são as próprias pessoas que colocam no lugar”, ressaltou Wellington.

Também há algumas diferenças entre bairros. No São José, por exemplo, as pessoas costumam levar muitos livros. Já no Parque das Nações, a retirada é maior. “Não sabemos o motivo, mas o que importa é o acesso à cultura”, diz Rehder.

Há mais de 20 anos no mercado editorial através da Viena, Wellington reconhece que a queda nos índices de leitura é um problema mundial. Para ele, porém, o fator principal não é o preço. “É uma questão de concorrência com o tempo. Para consumir um livro, você precisa de tempo para relaxar, estudar e ter o prazer de uma leitura. Hoje, o livro perde espaço para o tempo que as pessoas ficam nas redes sociais”, avaliou.

Até mesmo os livros técnicos – geralmente para advogados ou médicos, por exemplo – estão sofrendo com os novos tempos. Neste caso, segundo Wellington, o problema são as mudanças constantes na legislação ou na própria medicina. Ao mesmo tempo, há um crescimento editorial para livros de autoajuda ou temas espirituais e religiosos.

“Mas o livro sempre terá seu espaço, já que a sociedade é dinâmica. Pode ser menos do que tinha antes ou em tiragens menores, mas o livro vai permanecer”, diz Wellington. Prova disso é a interação do público com as “casinhas” de livros.

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